O anúncio do governo da Polônia de que vai parar de enviar armas e outros equipamentos militares para o esforço de defesa da Ucrânia é o mais claro sinal de que o ocidente começa a cansar da guerra na Europa.
Membros da União Europeia e da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), os poloneses estão entre os mais importantes aliados da Ucrânia.
O país demonstrou forte apoio a Kiev desde o primeiro dia de conflito, fornecendo nada menos do que US$ 4,54 bilhões em armas e ajuda humanitária e financeira.
O anúncio foi feito pelo primeiro-ministro Mateusz Morawiecki, que vai disputar eleições gerais no dia 15 de outubro, e tem como pano de fundo um embate direto com o governo do presidente Volodymyr Zelenski por causa da exportação de grãos ucranianos.
O governo polonês e o de vários outros países estão começando a ser cobrados pelos altos custos da guerra e pela falta de avanço militar significativo dos ucranianos em sua contraofensiva –apesar dos sofisticados equipamentos enviados pela OTAN.
Outros sinais de fadiga ocidental apareceram na recente Cúpula de Líderes do G20, quando os Estados Unidos e os países europeus cederam à pressão da Rússia e da China e concordaram em emitir um comunicado final sem nenhuma crítica direta à invasão da Ucrânia.
Zelensky agora corre contra o tempo: está cada vez mais claro que o apoio ocidental depende de resultados mais concretos e rápidos no campo de batalha. Sob pena de mais países ocidentais adotarem a postura da Polônia.
Deixe o seu comentário
O seu endereço de email não será publicado