O lance que mais repercutiu no último fim de semana foi o gol do atacante do América Mineiro, Renato Marques, contra o Santos, enquanto o goleiro do time alvinegro, João Paulo, caía de dor, após o rompimento total do seu tendão.
A atitude do atacante foi errada. A reação em seguida do time mineiro também. Contudo, acredito que o pior é a manifestação de torcedores do Coelho e de outras pessoas que acompanham futebol, ao apoiar o ato, sob alegações de que era necessário o gol e o goleiro foi o culpado.
Essas posturas só desmascaram a história bela contada por muitos de que "não é só futebol". Para alguns, ficou na cara que, sim, é.
Diferentemente do Renato, que teve 3 segundos para definir se tomaria uma atitude de coragem, ao não tomar proveito do seu colega de profissão e estava caindo e pedindo ajuda, ou faria o gol, esses ditos admiradores do esporte tiveram mais de três dias para refletir sobre fair play. Ainda tiveram como suporte a confirmação de que a cera que tanto apontavam se confirmou em lesão grave, cirurgia e mais de 6 meses fora dos gramados. Entretanto, reforçam a ideia dos 3 pontos e as necessidades para o gol. Ou seja: não é nada além de futebol.
Alegar também má fé em todo o momento no esporte não é a direção correta a se tomar. Não se pode passar mão na cabeça de atitudes erradas. Elas devem ser criticadas e questionadas para que outros não repitam. Se há quem concorde com o ato, aumenta a margem para que o cavalheirismo no esporte seja algo sempre a burlar.
O fato de o João Paulo estar adiantado na jogada e com a bola nos pés, quebra qualquer teoria sobre cera. Quem em sã consciência resolve fingir lesão com o domínio e dentro da própria área, ainda sabendo que há um marcador por trás? Outro ponto é o fato de o goleiro ter pedido ajuda e parado com a mão na perna. Não é íntegro você ouvir um pedido de ajuda e ignorá-lo, ainda tomando vantagem da lesão.
Ainda tive que ler: "Antes e mãe do outro chorando, do que a minha". Na verdade, não.
Essa opinião, inclusive, não é para crucificar o Renato. O intuito é alertar a falta de caráter e personalidade no ato, para, quem sabe um dia, voltar a ser mais que futebol.
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