Para não garantir cota para negros, PT vai reduzir repasses a federais e estaduais, diz colunista

19 de Agosto 2022 - 15h43

O PT está planejando uma forma de não ser obrigado, pela Justiça Eleitoral, a dividir proporcionalmente a verba entre candidatos brancos e negros. A informação é do colunista do Metrópoles, Rodrigo Rangel, e foi publicada hoje (19). 

Segundo ele, o PT se prepara para reduzir a fatia do fundo eleitoral a ser repassada aos filiados do partido que concorrerão aos cargos de deputado, senador e governador em todo país. O corte será feito para que a campanha do ex-presidente Lula ao Palácio do Planalto não seja atingida pela nova regra eleitoral que obriga a divisão proporcional da verba entre candidatos brancos e negros.

Para quem não lembra, em 2020, o Tribunal Superior Eleitoral definiu que a partir destas eleições a distribuição dos R$ 4,9 bilhões do fundo eleitoral e do tempo de propaganda no rádio e na TV tem de ser proporcional ao total de candidatos negros que os partidos apresentarem para a disputa.

Neste ano, o número de candidatos negros — soma de pretos e pardos — bateu recorde e superou pela primeira vez o número de candidatos brancos no país. No caso do PT, 47% dos candidatos se declaram negros, índice muito superior aos cerca de 20% registrados nas eleições de 2018.

O aumento expressivo obrigou a direção nacional a refazer, em cima da hora, o cálculo da divisão dos R$ 503 milhões do fundão a que o partido terá direito nestas eleições. A questão acabou por criar um embaraço na programação das candidaturas da sigla: embora a campanha tenha começado oficialmente na última terça-feira, até agora os petistas não sabem quanto de dinheiro do fundão terão para gastar, individualmente.

A cúpula do PT vai se reunir nos próximos dias para bater o martelo sobre como será feita a nova divisão. Deputados federais que buscam a reeleição, por exemplo, já contavam com R$ 2 milhões do fundo para suas campanhas. Nos bastidores, uma coisa já é dada como certa: a chapa presidencial do partido, encabeçada por Lula e com Geraldo Alckmin de vice, ambos brancos, será poupada da divisão proporcional com os candidatos negros.

Caso haja dois turnos, o partido prevê gastar R$ 130 milhões na campanha de Lula. O limite máximo definido pelo TSE para as candidaturas presidenciais é de R$ 88 milhões no primeiro turno e R$ 44 milhões no segundo.

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