Um medicamento que é vendido de maneira livre nas farmacias brasileiras e que não tem a necessidade de receita médica, o paracetamol está entre os remédios mais consumidos de todo o mundo.
De acordo com estimativas, cerca de 49 mil toneladas desse medicamento são consumidos ao ano nos Estados Unidos — o que significa 298 comprimidos por americano a cada 12 meses. No Reino Unido, a média é de 70 unidades desse fármaco por pessoa durante o mesmo período.
E mesmo que seja um remédio conhecido há mais de um século, o paracetamol ainda é cercado de mistérios, e isso por que o mecanismo de ação do rémedio ainda não foi completamente desvendado pelos cientistas. As evidências sobre a eficácia dessa medicação para diversos incômodos também variam — em alguns casos, como a dor na lombar, os efeitos do comprimido ou das gotas não são superiores aos do placebo, uma substância que não tem efeito terapêutico algum.
Em países como EUA e Reino Unido, o paracetamol é o principal medicamente a causar a falência do fígado nas pessoas que usam o medicamento, e isso gerou alerta de várias entidades de saúde nos últimos anos.
De acordo com uma publicação realizada pela BBC News, ao ingerir o comprimido, o fígado que é o orgão responsável ajudar na digestão com a produção da bile, armazenar e produzir diversas substâncias importantes para o corpo e também filtrar substâncias tóxicas e microrganismos prejudiciais, consegue metabolizar o medicamento até uma determinada quantidade e isso por que cerca de 5% do Tylenol se transforma em quinoneimina, uma substância tóxica para o corpo. Em pequenas quantidades (abaixo desse limite de 4 gramas de paracetamol), o fígado consegue neutralizar o perigo. Porém, quando há muita quinoneimina, o órgão entra em parafuso e deixa de funcionar como o esperado, gerando um quadro de falência hepática aguda, que não raro demanda internação e transplante, além de estar relacionado ao risco aumentado de morte.
Alguns levantamentos apontam que o paracetamol é a causa de falência hepática em até 45% dos casos registrados nos EUA e 60% dos episódios do tipo que ocorrem no Reino Unido. Não há levantamento semelhante para o Brasil.
Com informações da BBC News
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