[VIDEO] Exames mostram que idoso morreu sentado há pelo menos duas horas

17 de Abril 2024 - 12h31

A Polícia Civil do RJ afirmou que sinais encontrados no corpo do idoso Paulo Roberto Braga, de 68 anos, derrubam a versão da defesa da sobrinha Erika de Souza Vieira Nunes, de 42 anos, de que o idoso morreu na agência bancária. O delegado Fábio Luiz Souza, titular da 34ª DP (Bangu), ainda tenta identificar o motorista de aplicativo que levou Erika e Paulo até o banco.

Pelo que já se sabe, o idoso teria morrido há pelo menos duas horas e na posição deitada. Isso teria como base os "livores cadavéricos", ou seja, manchas, que indicam que Paulo não teria morrido sentado. Livores são acúmulos de sangue decorrentes da interrupção da circulação que, no caso dele, se acumularam na nuca, indicando que ele deve ter ido a óbito deitado.

Passeio no shopping

Imagens do circuito interno mostram que, antes de chegar a agência bancária, Erika de Souza Vieira Nunes, de 42 anos, teria passeado por dois shoppings em Bangu com o "tio Paulo", na zona oeste do Rio de Janeiro.

Nas imagens, é possível ver que Erika deixa "Tio Paulo" no corredor e entra em um estabelecimento. Também é possível ver os dois andando pelo corredor e no estacionamento do local. Não há informações se o idoso ainda estava vivo durante os vídeos, mas é possível afirmar que já estava inerte.

Mancha na nuca

Segundo o delegado. havia livores cadavéricos na parte de trás da cabeça de Paulo e tudo indica que ele tenha morrido pelo menos duas horas antes do atendimento da equipe do Samu na agência bancária.

Se Paulo tivesse morrido no banco, haveria livores nas pernas, já que ele estava na cadeira de rodas. Mas a perícia inicial não encontrou manchas nos membros inferiores.

“Não dá pra dizer o momento exato da morte. Foi constatado pelo Samu que havia livor cadavérico. Isso só acontece a partir do momento da morte, mas só é perceptível por volta de duas horas após a morte”, explicou Fábio.

A polícia ainda não sabe se ele usava ou não cadeira de rodas anteriormente, e isso será objeto de investigação. Além disso, os agentes esperam o exame de necropsia para atestar a causa da morte: se ela ocorreu por alguma causa natural ou se foi dado a ele alguma substância que pudesse levá-lo a morte.

Delegado se surpreendeu com o caso

Erika foi presa em flagrante por tentativa de furto mediante fraude e vilipêndio de cadáver e submetida a exame de corpo de delito no Instituto Médico-Legal (IML), na manhã desta quarta-feira (17). O delegado Fábio Souza, que é policial há décadas, diz que se surpreendeu com o caso: “Em 22 anos de carreira eu nunca vi uma história como essa”, garantiu Souza.

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