Urgente: Operação nacional contra o Comando Vermelho cumpre mandados no Rio Grande do Norte

23 de Março 2022 - 07h50

A 96 FM já destacou algumas vezes, inclusive com a afirmação da Polícia Civil do RN, o crescimento da facção criminosa carioca Comando Vermelho em solo potiguar. E mais uma prova disso foi dada nesta quarta-feira (23), quando uma Polícia Civil do RJ e o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) cumprem também mandados no Rio Grande do Norte na Operação Mercador de Ilusões, deflagrada com o objetivo, justamente, de combater o CV em todo o País. 

Segundo o MPRJ, o esquema do tráfico de drogas movimentou R$ 3 bilhões entre 2019 e 2021. Por isso, a 1ª Vara Especializada do Crime Organizado do RJ também determinou o bloqueio de R$ 681 milhões nas contas dos suspeitos e o arresto de bens.

Além do RN, os agentes cumprem os mandados na capital fluminense, nos municípios de São Gonçalo e Belford Roxo, e nos estados de São Paulo, Goiás, Santa Catarina, Paraná, Minhas Gerais, Amapá e Pernambuco, além do Distrito Federal.

Como era o esquema

A força-tarefa afirma que o esquema é utilizado por Antônio Ilário Ferreira, o Rabicó, para ocultar o dinheiro arrecadado com a venda de drogas e para comprar armas e entorpecentes. O MPRJ destacou que os criminosos utilizam uma prática conhecida como smurfing, que consiste em depósitos de grandes quantias de forma fracionada.

De acordo com as investigações, dois depósitos bancários feitos em favor de duas empresas em outubro de 2019, nos valores de R$ 30 mil e R$ 23.700, vieram da Comunidade do Brejal, situada no Complexo do Salgueiro — dominada pelo Comando Vermelho e chefiada por Rabicó.

“A partir do acompanhamento da movimentação financeira dessas duas empresas, descortinou-se um esquema criminoso que envolve diversas pessoas pelo país”, afirma o MPRJ.

Segundo os promotores, muitos desses laranjas moram em regiões de fronteira e figuram como sócios ou procuradores de empresas que não ostentam qualquer traço empresarial relevante, como estabelecimento comercial ou quadro de funcionários — “mas mesmo assim têm movimentações de quantias milionárias, indicando toda uma cadeia fraudulenta de lavagem de capitais”.

O MPRJ também apurou que empresas lavam dinheiro por meio de criptomoedas — ativos financeiros digitais e protegidos por criptografia, movimentados sem o controle do Banco Central, da Receita Federal e de outros órgãos de fiscalização, “o que dificulta o rastreio das transações e favorece a lavagem de dinheiro e a evasão de divisas”.

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