Preço do óleo diesel cai nos últimos dois meses, segundo levantamento

10 de Janeiro 2022 - 11h37

Um levantamento da CNN, com base em dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustível (ANP), aponta uma queda aproximada de 1,5% no preço do óleo diesel nos últimos dois meses no Brasil.

Caso o combustível, usado principalmente por caminhoneiros, continue em tendência de baixa, a expectativa é baratear de forma indireta outros produtos do mercado interno, segundo especialistas.

Dados da ANP mostram que cada litro do óleo diesel custava R$ 5,356 ao consumidor final entre 7 e 13 de novembro.

Atualmente, o valor da mesma quantidade do produto é revendido à população por R$ 5,324. A análise foi feita com base em 5,4 mil postos de combustíveis.

Especialistas ouvidos pela CNN destacam que o preço do produto apresenta um recuo mais acentuado desde 14 de dezembro, quando a Petrobras anunciou uma redução no valor de distribuição do insumo.

De acordo com os economistas, caso a perspectiva de queda se mantenha, em breve, será possível notar uma redução no preço de outros produtos que dependem do transporte dos caminhões.

“A logística no Brasil é praticamente toda baseada em transporte rodoviário. Deixamos de lado o modal ferroviário e fluvial. E hoje esse setor tem uma situação estratégica no país. O preço do alimento e de tudo que a gente tem hoje no mercado interno é influenciado pelo frete e, consequentemente, pelo diesel”, explicou o Coordenador do MBA em Gestão Financeira da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Ricardo Teixeira.

“Pensando num horizonte mais favorável, precisamos que o preço do combustível caia. E, para que isso aconteça, o real precisa se valorizar frente ao dólar.”

O professor do IBMEC do Rio de Janeiro, Christiano Arrigoni, também acredita numa redução no preço dos produtos no mercado interno ao longo dos próximos meses.

Mas, segundo o economista, uma queda acentuada no valor das mercadorias, que possa realmente impactar a economia do país, ainda está distante.

Para quedas de preço do diesel maiores do que 10%, há queda automática no preço do frete na tabela que está em vigor, definida pelo governo federal. Já o efeito de quedas menores dependerá das forças de mercado.

“Então, imaginando um cenário de quedas duradouras nos preços do diesel e do frete, a tendência é de que haja uma diminuição geral nos custos de produção, já que o frete é um importante componente dos custos da maior parte das mercadorias”, ressaltou o economista.

Em contrapartida, na prática, caminhoneiros ouvidos pela CNN, neste domingo (9), apontam que a queda no preço do insumo não chegou com tanta ênfase nos postos de combustíveis ainda.

Para o representante da Associação Nacional dos Transportes no Rio de Janeiro, Nelson Junior, os preços ‘pelo menos’ não subiram nos últimos meses.

“Não teve redução perceptível nos postos para os caminheiros. Aqui na ponta não baixou o custo. Mas pelo menos não teve alta no custo. Nos postos de combustível os preços do diesel seguem sendo os mesmos”, disse à CNN.

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