A ceia de Natal deste ano terá um peso maior no bolso do consumidor. Isso porque os alimentos que compõem a cesta natalina estão mais caros em relação ao ano passado.
O frango inteiro, um dos alimentos mais procurados nesta época do ano, foi o que mais subiu e teve alta de 27,34% no preço. Em seguida aparece o ovo, normalmente usado nas saladas, que aumentou 20%.
Depois vêm os “pães de outro tipo” (que inclui o pão de rabanada) com aumento de 11,12%, o bacalhau (7,98%), vinhos (7,77%), lombo suíno (6,48%) e o pernil suíno (3,44%).
Dos itens analisados pelo Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getulio Vargas (FGV), apenas o arroz teve queda no preço (-4,25%). Os dados da FGV são uma variação acumulada em 12 meses, de dezembro do ano passado a novembro deste ano.
“O preço está salgado igual o bacalhau. Vai ter bacalhau na Ceia, mas a gente tem que pesquisar”, disse o aposentado Marco Correia.
Para o consultor de varejo Marco Quintarelli, o aumento da carne de frango e dos ovos, os itens que mais sofreram reajustes em relação ao ano passado, é em decorrência do aumento do preço dos insumos, como o farelo de soja e de milho, tanto para exportação como para o mercado interno. Além disso, ele cita outras justificativas.
“O aumento de energia elétrica e do diesel, por exemplo, também influenciaram no aumento do frango. E, além disso, houve o aumento do consumo em decorrência da alta dos preços das carnes”, explicou Quintarelli.
Apesar da redução em torno de 20% das carnes vermelhas consideradas de primeira, o item “carnes bovinas” segue registrando alta e, nesse levantamento, aparece 18,68% mais caras do que o observado em dezembro de 2020.
Segundo um levantamento prévio feito pela Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) na semana passada, o preço da cesta de Natal já subiu 5,91% neste ano.
Segundo a fundação, no final de 2020, a cesta de alimentos natalinos custava em torno de R$ 309,86, mas neste ano, ela está com valor aproximado de R$ 328,17. O aumento total é de cerca de R$ 18.
Neste cálculo da Fipe, o panetone, por exemplo, teve alta de 25%, assim como o morango, usado em algumas sobremesas de Natal.
Para o gerente de uma loja de vinhos na Cadeg, no Rio, a variação do dólar influenciou no poder de negociação dos comerciantes e dos clientes.
“A oscilação da moeda está dificultando até de conseguir novos clientes. O jeito é diversificar. Quem comprava um vinho de R$ 200,00, que subiu para R$ 350,00, está optando por um produto semelhante, só que de menor valor menor, de até R$ 150,00”, disse.
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