Psicóloga alerta: Aplicativos de namoro podem acabar com a saúde mental

29 de Maio 2023 - 14h54

Os aplicativos de relacionamento fazem parte da rotina de muita gente. Mas, embora facilitem a procura por um parceiro (a), essas plataformas podem também causar impacto negativo na saúde mental. De acordo com uma pesquisa publicada na revista científica Mary Ann Liebert, realizada com mais de 370 pessoas, usar esses aplicativos por muito tempo pode aumentar as chances de ansiedade e até depressão.  A informação é do Alto Astral.

“Antes da era das telas as pessoas precisavam ser mais ativas nas relações interpessoais e assim eram oportunidades de encontrar o par. O nível de cobrança social era menor em relação aos tempos de hoje em que as redes sociais tomaram espaço de importância e que de certa forma validam se é uma pessoa em potencial ou não diante do que se espera dos critérios que são facilmente definidos nos filtros dos aplicativos de relacionamento, como hobby, profissão e preferências”, explica a psicóloga clínica Tatiane Paula.

Através de critérios característicos em que existe um ideal a ser alcançado, a autocobrança e o nível de exigência em que a pessoa faz para si mesma são enormes. A partir desse cenário ela acaba desenvolvendo sintomas como ansiedade, angústia, impotência, insônia, compulsões e outros fatores de risco para doenças mentais.

“Já se fala de dating burnout, termo utilizado para classificar um nível de esgotamento emocional desencadeado por uso excessivo de aplicativos de relacionamentos. Uma queixa muito comum dos pacientes é a rejeição, ausência de curtidas, ausência de respostas, comprometimento e aumento de cobranças relacionadas à aparência”, conta. Conforme a especialista, essas questões potencializam sentimentos de insuficiência e inferioridade.

Atenção aos golpes:

Nesse meio de relacionamento, também tem sido muito comum os golpes amorosos. Por isso, é preciso ficar atenta ao nível de expectativas em relação à interação com o outro e evitar fornecer muitas informações pessoais. Abaixo, você confere algumas dicas de segurança nessas plataformas. 

Não informar endereço residencial ou do trabalho;
Ao marcar um encontro, compartilhe sua localização com alguém da sua confiança;
Não partilhe sobre a sua vida financeira ou fornecer dados pessoais bancários;
Cheque as redes sociais da pessoa e certifique-se que as informações fornecidas por ela são verídicas;
Além disso, é importante nunca depositar no outro suas questões pessoais. Assim, conheça a pessoa o máximo que puder e, principalmente, entenda como era a dinâmica de funcionamento dela nos relacionamentos anteriores. “Golpistas normalmente apresentam características similares a padrões de comportamentos de transtorno de personalidade narcisistas, como grandiosidade, manipulação e exibicionismo, e induzem a vítima a uma dependência emocional”, aponta Tatiane. “São pessoas que descartam relações quando não lhe faz mais sentido, não existe empatia, envolvimento, existe interesse. Mentem para validar e satisfazer as suas necessidades, não se importando com os sentimentos ou as consequências”, alerta.

Segundo a psicóloga, para se proteger emocionalmente contra essa situação, é preciso trabalhar o relacionamento consigo mesma. Isso pode ajudá-la a entender o que está buscando em uma relação. “Ter autoeficácia e autoconfiança fortalecidas suficientes para entender as suas vulnerabilidades é fundamental para ter mais clareza das interações a partir do que você julga estar fazendo bem”, pontua Tatiane. “O amor só é amor desde que eu desenvolva na pessoa apaixonada limites necessários para estabelecer relações com profundidade e mais seguras de si, preservando aspectos da personalidade”, finaliza.


 

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