PT paga extra de R$ 100 mil a Lula e diz que valor é para aluguel de casa

22 de julho 2022 - 10h39

Pouco tempo após deixar a prisão em Curitiba, no fim de 2019, o ex-presidente Lula entrou na folha de pagamentos do PT e passou a receber um salário líquido mensal de R$ 20,3 mil como presidente de honra do partido que ajudou a fundar há 42 anos. 

Do ano passado pra cá, porém, depois que Lula já havia conquistado o direito de concorrer novamente à Presidência da República, com a anulação de suas condenações na Lava Jato, o PT encontrou mais uma forma de engordar a conta bancária de seu líder, fazendo pagamentos extras todo mês.

Em resposta a questionamentos feitos pela coluna de Rodrigo Rangel, do site Metrópoles, o partido afirmou que esses repasses se referem ao pagamento do aluguel da casa onde Lula mora, em um bairro nobre de São Paulo.

O valor adicional começou a ser destinado ao ex-presidente em maio de 2021. Eram R$ 7 mil. Agora, são R$ 9 mil, além do salário, hoje de R$ 23,2 mil.

Os pagamentos extras são registrados na prestação de contas apresentada ao Tribunal Superior Eleitoral, o TSE, como “outras despesas com pessoal – ordinárias”. Até agora, já foram pagos R$ 106 mil.

O sobrado onde Lula mora com sua mulher, Rosângela da Silva, a Janja, tem cerca de 600 metros quadrados, quatro suítes, piscina e churrasqueira. O casal se mudou para o local no fim do ano passado. Antes, o imóvel passou por alguns reparos, a pedido de Lula.

Ao contrário do pagamento de salário, cujos recibos e comprovantes de depósitos são apresentados ao TSE no ano seguinte, não há no processo de prestação de contas petista nenhum documento que demonstre a finalidade dos pagamentos extras a Lula.

Isso sugere que o valor adicional transferido para a conta do ex-presidente tenha como origem as doações que o PT recebe de pessoas físicas, como empresários ou os próprios parlamentares petistas, obrigados a pagar um dízimo mensal à sigla.

Toda despesa bancada com recursos do fundo partidário, que é dinheiro público, precisa ser devidamente justificada e comprovada à Justiça Eleitoral.

Na resposta enviada à coluna, o PT afirma o seguinte: “Para proporcionar ao presidente de honra do partido as condições adequadas para exercer suas atividades com segurança e privacidade, receber interlocutores e realizar reuniões, com instalações para as equipes de assessoria, comunicação e apoio, a direção do PT decidiu arcar com parte das despesas de aluguel de um imóvel residencial em São Paulo, capaz de atender a estas necessidades”.

“Tais desembolsos, de interesse direto do partido, vêm sendo feitos mensalmente, desde maio de 2021, com recursos próprios do PT, e informados à Justiça Eleitoral, conforme a legislação”, prossegue a nota.

As informações são da Coluna Rodrigo Rangel, do Metrópoles.

 

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