Quem é a BYD, montadora chinesa que abrirá fábrica no Nordeste

04 de julho 2023 - 15h30

A montadora chinesa BYD anunciou nesta terça-feira (4) que abrirá um polo de produção de veículos elétricos na Bahia. O investimento prometido é de R$ 3 bilhões em três unidades no local, com plano de usar o antigo complexo da Ford em Camaçari (BA).

A empreitada na Bahia não é a primeira da BYD no Brasil, mas será a primeira fábrica da chinesa no país a produzir veículos elétricos. Tendo chegado ao Brasil em 2015, a BYD possui fábricas em Campinas (SP) e Manaus (AM), com foco em baterias e componentes de ônibus.

No caso da planta na Bahia, o plano é ter três unidades fabris: uma para produção de veículos de passeio híbridos e totalmente elétricos, outra para ônibus elétricos e uma última para processamento dos minérios fosfato e lítio, usados em baterias e que serão voltados ao mercado externo.

As negociações da BYD para a produção na Bahia já corriam nos últimos anos, em meio à saída da Ford, que fechou a fábrica em Camaçari e interrompeu toda a produção no Brasil, inclusive em outras plantas.

A BYD negocia diretamente com a Ford para a aquisição do polo da montadora americana na Bahia, segundo afirmou na cerimônia desta terça-feira o governador baiano, Jerônimo Rodrigues (PT).

“Inicialmente, a BYD está tratando com a Ford para fazer uma possível negociação. Nós estaremos acompanhando, mas estamos dispostos a fazer o que for possível e preciso para que a gente ajude a resolver essa transação”, disse.

Segundo informou o Metrópoles, a expectativa é começar a produzir no segundo semestre de 2024 no complexo da Ford que já está construído. A companhia afirmou que a contratação de mão de obra e treinamento deve começar ainda neste ano.

No evento, Rodrigues chegou a afirmar que, se não houver acordo com a montadora americana, o governo da Bahia estaria disposto a encontrar outro local para instalação da BYD.

“Estou muito feliz em ser parte dessa celebração para anunciar a chegada da BYD como a primeira fábrica de carros elétricos no Brasil. Vamos trazer inovação e alta tecnologia para o país”, disse a vice-presidente global da BYD, Stella Li, em evento nesta terça-feira.

Veículos elétricos devem ter entraves no mercado brasileiro

No anúncio desta manhã, a vice-presidente da BYD, Stella Li, afirmou que o objetivo é que a planta na Bahia seja o centro de desenvolvimento de tecnologia e exportações para todo o mercado da América Latina. Além das unidades para produzir carros elétricos e híbridos e ônibus, a BYD também construirá uma fábrica para fosfato e lítio, voltados ao mercado externo.

Um desafio da montadora ao produzir elétricos diretamente no país é o mercado local ainda pequeno para o segmento. Os elétricos, além de mais caros, enfrentam dificuldades de revenda devido ao mercado pequeno e dúvidas sobre a duração de baterias e postos para carregamento.

Executivos do setor costumam afirmar que, no Brasil, a tendência é que a transição energética nos veículos passe sobretudo pelo etanol de cana de açúcar, que emite menos poluentes do que a gasolina e tem valor mais acessível.

A BYD planeja produzir na fábrica em Camaçari também veículos híbridos, isto é, que funcionaram com bateria elétrica e com outros combustíveis. Ainda não há detalhes sobre como será a produção.

Em um incentivo à instalação dos chineses, o governo da Bahia já anunciou que a frota de carros do estado será convertida para elétrica. Além disso, Rodrigues afirmou nesta terça-feira que os carros elétricos vendidos no estado por menos de R$ 300 mil serão isentos de IPVA, imposto estadual sobre os veículos.

A vinda da montadora chinesa para substituir a Ford na operação baiana era uma prioridade do governo Lula, que tem a Bahia como um de seus redutos eleitorais. Li e executivos da BYD haviam se reunido neste mês com o presidente para discutir os detalhes do novo negócio. Jerônimo Rodrigues também acompanhou Lula na viagem à China no início do ano.

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