Relatório da PF aponta três crimes de Renato Cariani

30 de Janeiro 2024 - 12h36

Após uma investigação de dez meses, a Polícia Federal (PF) de São Paulo concluiu seu inquérito contra o influencer fitness Renato Cariani. O relatório final resultou no indiciamento de Cariani e mais dois amigos pelos crimes de tráfico equiparado, associação para tráfico de drogas e lavagem de dinheiro.

Agora, o Ministério Público Federal (MPF) receberá a conclusão da PF e decidirá se irá denunciar o grupo pelos crimes. Posteriormente, caberá à Justiça Federal determinar se eles deverão ser julgados pelas acusações. Caso sejam condenados, poderão enfrentar penas de prisão.

Quem são os outros dois indiciados?
Além de Renato Cariani, Fabio Spinola Mota e Roseli Dorth também são acusados pela PF. Segundo as investigações, eles utilizavam uma empresa química para falsificar notas fiscais de vendas de produtos para multinacionais farmacêuticas.

De acordo com reportagem do G1, os insumos não eram destinados a essas empresas, mas sim desviados para a produção de cocaína e crack. Essas drogas abasteciam uma rede criminosa de tráfico internacional liderada por facções como o Primeiro Comando da Capital (PCC).

As conclusões da PF
Renato Cariani possui mais de 7 milhões de seguidores no Instagram e é sócio, juntamente com Roseli, da empresa Anidrol Produtos para Laboratórios Ltda., que vende produtos químicos em Diadema, na Grande São Paulo.

De acordo com a PF, eles tinham conhecimento e participação direta no esquema criminoso. A investigação afirma ter provas do envolvimento deles através de interceptações telefônicas autorizadas pela Justiça, que registraram conversas e trocas de mensagens.

Fabio Mota é apontado pela investigação como responsável por intermediar o repasse dos insumos entre a Anidrol e o tráfico. Segundo a PF, ele criou um falso e-mail em nome de um suposto funcionário de uma multinacional para dar continuidade ao plano criminoso.

Fabio já havia sido investigado anteriormente por tráfico de drogas em Minas Gerais e no Paraná.

Segundo a reportagem do G1, a Polícia Federal descobriu que parte dos materiais adquiridos legalmente pela Anidrol foi desviada para a produção de entorpecentes entre os anos de 2014 e 2021.

Para justificar as saídas dos produtos, a empresa emitiu aproximadamente 60 notas fiscais falsas e fez depósitos em nome de “laranjas”, utilizando indevidamente os nomes da AstraZeneca, LBS Laborasa e outra empresa.

Quanto foi desviado de material?
A investigação aponta que cerca de 12 toneladas de acetona, ácido clorídrico, cloridrato de lidocaína, éter etílico, fenacetina e manitol foram desviadas ao longo de seis anos. Essas substâncias são utilizadas por criminosos para transformar a pasta base de cocaína em pó e pedras de crack.

A investigação teve início quando a Receita Federal identificou depósitos suspeitos no valor de mais de R$ 200 mil feitos pela AstraZeneca à Anidrol. No entanto, a multinacional negou ter comprado produtos da empresa do influencer Renato Cariani e sua sócia.

O Antagonista

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