Rio Grande do Norte será decisivo para Brasil dobrar produção de petróleo em 10 anos
O Rio Grande do Norte terá papel decisivo no processo para que o Brasil dobre a produção de petróleo dentro da curva de expansão prevista para os próximos dez anos. A afirmação é do superintendente de Petróleo e Gás Natural da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Marcos Frederico Farias. O protagonismo do estado e as experiências exitosas na exploração dos campos maduros, especialmente na região de Mossoró, são estratégicos para contribuição significativa dentro da expectativa da EPE.
“O Rio Grande do Norte é pioneiro e a participação vai ser muto grande aqui. O estado está à frente de todo esse processo de revitalização de campos, já tem uma experiência muito positiva e tem empresas atuando aqui, principalmente no entorno de Mossoró. Isso confere ao estado posição de destaque quando se fala de dobrar a produção de petróleo no país”, destaca.
Segundo o executivo, que participou nesta terça-feira (21) da conferência “O onshore brasileiro como vetor de integração energética”, no Mossoró Oil & Gas Expo, a feira é outra amostra do potencial potiguar no cenário previsto para os próximos dez anos da produção de petróleo. O evento, observa ele, é reflexo do momento positivo e das oportunidades que despontam em Mossoró e região a partir do novo momento vivido pelo setor no estado, que produz atualmente cerca de 42 mil barris de óleo equivalente por dia (boe/dia).
“A gente vê essa feira e entende que, tudo que está acontecendo aqui, aponta para o fortalecimento do setor, para o aumento da produção, diferente da situação de oito anos atrás, por exemplo. A gente vê hoje empresas que aumentaram em até quatro vezes a produção, e isso é reflexo do bom momento do setor”, conclui.
Produção em dobro
De acordo com a expectativa de crescimento para a próxima década, a produção brasileira de petróleo passará dos atuais 200 mil barris de óleo equivalente ao dia (boe/dia) para algo em torno de 500 mil barris boe/dia. Áreas com produção já consolidada, como o Rio Grande do Norte, e outras com potencial ainda a ser explorado estão no radar da EPE como celeiro de oportunidades.
“Além da parte do RN, a gente entende também que na parte do Recôncavo, na parte da Bacia do Parnaíba tem todo um conjunto de oportunidades que convergem para o aumento na produção. A gente está falando do aproveitamento dos campos que estão aí, mas essa expectativa está contemplando a expansão, os novos poços. É um grande potencial que, naturalmente, dobrará a produção”, explica.
A conferência da qual participou Marcos Frederico aconteceu na Arena Petróleo e Gás teve a mediação de Pedro Alem, do Instituto Brasileiro do Petróleo (IBP), e contou com a participação de Márcio Félix, presidente da Associação Brasileira de Produtores Independentes de Petróleo (Abpip) e George Câmara.
Transição
Uma palestra inaugural ministrada pelo ex-CEO da 3R Petroleum, Ricardo Savini, marcou a abertura da programação de conferências nas três arenas que integram o Mossoró Oil & Gas Expo, maior evento do onshore brasileiro. Na apresentação, o executivo alertou que “a indústria de óleo e gás terá papel predominante na transição”. Segundo Savini, o processo de transição energética com foco em uma economia de baixo carbono é tendência global. E, embora o foco desse sejam os combustíveis fósseis, ele acredita a indústria do petróleo ainda permanecerá forte por muito tempo.
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