RN não é exceção: PT tem derrubar candidato ao Senado pelo PSB no Rio de Janeiro

05 de julho 2022 - 16h38

O Rio Grande do Norte não é exceção na decisão do PT de tentar forçar a desistência de um nome que o PSB tenta lançar ao Senado Federal. Afinal, mesmo os dois partidos estando unidos nacionalmente na chapa presidencial, em vários estados há problema de reciprocidade e petistas tem sido cobrado por socialistas, exigindo "tratamento melhor". 

Exemplo desse racha está acontecendo no Rio de Janeiro, onde os dois dos principais nomes da legenda, os deputados federais Marcelo Freixo e Alessandro Molon, do Rio de Janeiro. Pré-candidato ao governo do Rio de Janeiro, Freixo passou a defender abertamente que Molon desista de concorrer ao Senado para garantir apoio do PT fluminense.

“Os dois, Freixo e Molon, são candidatos. O PT que tem que resolver isso. Não fez em Minas Gerais, abrindo mão de candidatura para o PSD, que nem da chapa do Lula é? Nós indicamos o vice dele. Merecemos um tratamento melhor”, afirmou Carlos Siqueira a CNN Brasil. O PSB lembra que não recebeu apoio do PT no Rio Grande do Norte e em Santa Catarina, por exemplo.

Dirigentes nacionais do PT, por sua vez, consideram impossível que o partido concorde com Freixo candidato ao governo do Rio e Molon ao Senado. Presidente da legenda no Rio, João Maurício disse à CNN que o PT deixará a chapa de Freixo caso Molon mantenha candidatura. Um grupo de petistas declarou apoio ontem a Rodrigo Neves (PDT), adversário de Freixo.

O que era um racha dado há meses nos bastidores entre dois nomes que há anos disputam espaço na esquerda fluminense ganhou corpo nesta semana, às vésperas da chegada do ex-presidente Lula e do seu candidato a vice, Geraldo Alckmin no estado. Um ato foi convocado para quinta-feira (07) para ratificar a chapa de Lula, Freixo e André Ceciliano, nome que o PT defende para disputar o Senado.

Freixo é contra a candidatura de Molon por entender que sua pré-candidatura ao governo do Rio está construindo uma inédita unidade de esquerda no Rio e precisa do apoio do PT. O deputado diz que há um acordo para Molon retirar sua candidatura ao Senado desde 2021 e tenta mais um movimento ao centro na tentativa de trazer o ex-prefeito Cesar Maia (PSDB) para ser seu vice.

Já Molon conta com a simpatia de parte dos partidos que apoiam Freixo para concorrer ao Senado e garante que manterá sua candidatura. A porta-voz da Rede Sustentabilidade, Heloísa Helena, enviou à CNN uma nota em que ratifica o apoio do partido a Molon e a Freixo.

Nesta segunda-feira (04), um grupo de intelectuais divulgou nota em que pede para que Molon desista de concorrer ao Senado para que a chapa de Freixo tenha como candidato o presidente da Assembleia Legislativa do Rio, André Ceciliano (PT). Interlocutor de Lula no Rio, Ceciliano tem boa relação com Cláudio Castro (PL) e recentemente participou de ato político ao lado de um dos principais nomes do PL no Rio, o deputado estadual Rodrigo Bacellar.
 

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