RN segue como maior produtor de petróleo em terra, superando BA e SE

04 de julho 2023 - 14h15

O Rio Grande do Norte continua sendo o maior produtor de petróleo em terra entre os oito estados brasileiros que extraem o produto. Em 2022, foram produzidos 178,3 milhões de barris no RN, registrando uma queda de 3,39% em relação a 2021. Esses dados fazem parte do Anuário Estatístico Brasileiro do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis 2023, publicado pela ANP na última sexta-feira, dia 30.

Em termos de produção de petróleo em terra, o estado do Rio Grande do Norte ficou à frente da Bahia (165,5 milhões de barris) e Sergipe (160,4 milhões de barris) em 2022. Os outros estados produtores em terra, como Amazonas, Alagoas, Espírito Santo, Maranhão e Ceará, não alcançaram a marca de 100 milhões cada. No Brasil, a produção total de petróleo em terra foi de 653,2 milhões de barris.

A série mostra que o RN alcançou seu pico de produção em terra em 2013, há 10 anos, com a extração de 335,9 milhões de barris. No entanto, os números apresentaram queda ano após ano a partir de 2014, com uma leve melhora em 2021, quando foram produzidos 184,5 milhões de barris, o melhor resultado desde 2017.

Quanto à produção de petróleo em águas profundas, o estado produziu 89,4 milhões de barris em 2022, ficando na quarta posição entre os estados produtores. O Rio de Janeiro liderou com a extração de 23.032,7 milhões de barris, seguido por São Paulo (2.021,4 milhões de barris) e Espírito Santo (1.035,0 milhões de barris). No Brasil, a produção em águas profundas foi de 26,2 milhões de barris em 2022.

Segundo Robson Matos, analista técnico do Sebrae/RN, essa situação resulta da redução dos investimentos da Petrobras na manutenção de suas atividades na Bacia Potiguar devido à maturidade dos poços existentes, com foco na produção na região do pré-sal.

"É conhecido que os campos de petróleo naturalmente têm uma queda na produção ao longo dos anos, especialmente em bacias maduras, como é o nosso caso. No entanto, o programa de desinvestimento da Petrobras iniciado em 2015 impactou fortemente o desempenho da produção de petróleo e gás no estado. A redução dos investimentos acelerou essa queda", aponta Matos.

Nacional

As reservas totais de petróleo apresentaram em 2022 um incremento de 10,6% em relação a 2021, chegando a 26,91 bilhões de barris. Já as reservas provadas de petróleo somaram 14,9 bilhões de barris, um aumento de 11,5%. A produção nacional de petróleo cresceu 4% em 2022 e atingiu 3 milhões de barris/dia. A produção de petróleo do pré-sal alcançou a média de 2,3 milhões de barris/dia no ano, cerca de 76% da produção do País. Em 2022, as exportações de petróleo alcançaram o volume de 1,3 milhão de barris/dia, enquanto as importações do produto alcançaram 275 mil barris/dia, um crescimento de 68,3%.

Já com relação ao gás natural, em 2022 as reservas totais cresceram 4,5%, alcançando 587,9 bilhões de metros cúbicos (m3). As reservas provadas de gás atingiram 406,5 bilhões de m3, crescimento de 6,6% em relação ao ano anterior. A produção de gás natural teve acréscimo de 3,1%, 13º ano consecutivo de aumento, e atingiu 137,9 milhões de m3/dia. No pré-sal, a produção de gás natural também segue aumentando sua participação no total nacional e correspondeu a 71,6% em 2022.

No setor de biocombustíveis, a produção de biodiesel, em 2022, foi 7,6% inferior ao ano anterior. É importante destacar que o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) reduziu o percentual de biodiesel no óleo diesel, de 12% para 10%, a partir de novembro de 2021, e que perdurou durante todo ano de 2022. Já a produção de etanol foi 2,5% superior ao ano anterior, atingindo a marca histórica de 30,7 bilhões de litros. O etanol hidratado apresentou menor competitividade dos preços em relação à gasolina C, o que resultou, em 2022, na queda de 7,5% nas vendas deste combustível.

A produção nacional de derivados de petróleo cresceu 6,7% em 2022 e atingiu 2,1 milhões de barris/dia, em torno de 84% da capacidade instalada de refino. Já as vendas de derivados pelas distribuidoras registraram crescimento de 3,9%, com destaque para as vendas de querosene de aviação, que cresceram 35,9%.
 

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