[VIDEO] Rogério Marinho defende abertura de impeachment contra Moraes: "O rei está nu"
O rei está nu. Foi assim que o senador licenciado Rogério Marinho (PL), líder da oposição no Senado Federal, definiu a situação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), após a reportagem do jornal Folha de São Paulo, que apontou como o setor de combate à desinformação do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), presidido à época por Moraes, foi usado como braço um investigativo do gabinete do ministro no Supremo - veja trechos nos vídeos abaixo:
"Com o sentimento que o rei está nu. É uma expressão que comumente que, aquilo que o cobria, aquela impressão de imparcialidade, foi por terra uma vez por todas. O ministro Moraes nunca escondeu a sua beliculosidade, a sua falta de imparcialidade, a condução desses inquéritos intermináveis e inaceitáveis que transformaram o brasil numa republica inquisitorial", afirmou Rogério Marinho, em entrevista ao Jornal das 6 nesta terça-feira (13), horas depois da divulgação da reportagem.
Rogério Marinho reafirmou que ficou clara a ação ilegal de Moraes. "Ele é vítima, quem investiga, agora, se desmontra que ele gera provas no processo, que determina quem é a autoridade policial que determina quem toma conta do processo, e que tem lado político", analisou.
"Agora espero que haja uma comoção no Senado para que outros senadores possam, junto conosco, assinar um pedido de impeachment. Os fundamentos estão na nossa cara, é batom na cueca. Agora esperamos que haja a condição política para que o presidente do Senado Federal possa abrir esse processo para que possamos apurar o caso", acrescentou.
Ainda de acordo com Rogério Marinho, o que está prestes a acontecer é uma "novela mexicana", que deve durar, pelo menos, dois meses, mostrando que forma houve o direcionamento das investigações e a produção de provas, mostrando que o principio da inércia do judiciário foi ultrapassado em função da conveniência política daquele que deveria ter isenção e imparcialidade. "Nos sabemos que houve uma influência muito clara (nas eleições de 2022)", ressaltou.
MORAES USOU SETOR DO TSE COMO BRAÇO INVESTIGATIVO
Reportagem da Folha de São Paulo, destaque no Jornal das 6 de hoje (13), apontou que o gabinete de Alexandre de Moraes no Supremo Tribunal Federal (STF) tentou por mensagens e de forma não oficial a produção de relatórios pela Justiça Eleitoral para embasar decisões do próprio ministro contra bolsonaristas no inquérito das notícias falsas no Supremo Tribunal Federal durante e após as eleições de 2022.
Diálogos aos quais a reportagem teve acesso mostrando como o setor de combate à desinformação do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), presidido à época por Moraes, foi usado como braço um investigativo do gabinete do ministro no Supremo.
As mensagens revelam um fluxo fora do rito envolvendo os dois tribunais, tendo o órgão de combate à desinformação do TSE sido utilizado para investigar e abastecer um inquérito de outro tribunal, o STF, em assuntos relacionados ou não com a eleição daquele ano.
A Folha teve acesso a mais de 6 gigabytes de mensagens e arquivos trocados via WhatsApp por auxiliares de Moraes, entre eles o seu assessor principal no STF, que ocupa até hoje o posto de juiz instrutor (espécie de auxiliar de Moraes no gabinete), e outros membros da sua equipe no TSE e no Supremo.
Em alguns momentos das conversas, os assessores relataram confiança de Moraes com a demora no atendimento às suas ordens. "Vocês querem que eu faça o laudo?", consta em uma das reproduções de falas do ministro. "Ele cismou. Quando ele cisma, é uma tragédia", comentou um dos assessores. "Ele tá bravo agora", disse outro.
O maior volume de mensagens com pedidos informais –todas no WhatsApp– envolveu o juiz instrutor Airton Vieira, assessor mais próximo de Moraes no STF, e Eduardo Tagliaferro, um perito criminal que à época chefiava a AEED (Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação) do TSE.
Tagliaferro deixou o cargo no TSE em maio de 2023, após ser preso sob suspeita de violência doméstica contra sua esposa, em Caieiras (SP).
Procurados por meio da assessoria do STF e informados sobre o teor da reportagem, Moraes e o juiz Airton Vieira não responderam. Tagliaferro afirmou que não se manifestará, mas que "cumpriria todas as ordens que me eram dadas e não me registraria de ter qualquer ilegalidade".
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