Saiba quem são os presos na operação que apura fraudes em cartões de vacinação

03 de Maio 2023 - 10h36

Até o momento, a Operação Venire, realizada desde o começo da manhã desta  quarta-feira (3), contra envolvidos em fraudes em carteiras de vacinação, prendeu seis pessoas. Destas, três estão ligadas ao ex-presidente da República Jair Bolsonaro (PL): Mauro Cesar Barbosa Cid, Max Guilherme Machado de Moura e Sérgio Rocha Cordeiro. Além disso, o secretário municipal de Governo de Duque de Caxias, João Carlos de Sousa Brecha, que teria ligação com Mauro Cid, também foi detido pelos agentes federais.

O que aconteceu?

  • As inserções falsas ocorreram entre novembro de 2021 e dezembro de 2022.
  • O objetivo era provar a imunização contra a covid-19 dos beneficiários.
  • Com os certificados de vacinação falsos, era possível driblar as barreiras sanitárias impostas pelas autoridades destinadas a reduzir o contágio da doença — que ainda é considerada uma pandemia.
  • Segundo a Polícia Federal, o “objetivo do grupo seria manter coeso o elemento identitário em relação a suas pautas ideológicas, no caso, sustentar o discurso voltado aos ataques à vacinação contra a covid-19.”
  • Os fatos investigados configuram, em tese, os crimes de infração de medida sanitária preventiva, associação criminosa, inserção de dados falsos em sistemas de informação e corrupção de menores.

O tenente-coronel Mauro Cesar Barbosa Cid, conhecido também por Mauro Cid ou “coronel Cid” tem um longo histórico de aproximação com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), tendo sido ajudante de ordens durante o último governo.

Mauro Cid é filho do general Mauro Cesar Lourena Cid, que foi colega do ex-chefe do Executivo, no curso de formação de oficiais do Exército na Academia Militar das Agulhas Negras (Aman). Lourena Cid e Bolsonaro mantém uma amizade de longa data.

O filho de Lourena Cid cresceu na carreira militar no governo de Bolsonaro. Mauro Cid foi major e, depois, promovido a tenente-coronel. Ele se formou em 2000, também pela Aman.

Segundo amigos próximos, o pai não teve nenhuma influência na ascendência do filho, que se tornou um dos principais auxiliares do ex-presidente da República.

Mauro Cid se destacou sendo o primeiro colocado na Escola de Comando e Estado-Maior do Exército e na Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais. Foi também instrutor da Aman, e estava em preparação para assumir um posto nos Estados Unidos, quando foi escolhido para servir à Presidência da República.

Max Guilherme, Mauro Cid e João Carlos Brecha são alguns dos presos da Operação Venire | Montagem/Redes sociaisMax Guilherme, Mauro Cid e João Carlos Brecha são alguns dos presos da Operação Venire | Montagem/Redes sociais

Até o momento, a Operação Venire, realizada desde o começo da manhã desta 4ª feira (3.mai), contra envolvidos em fraudes em carteiras de vacinação, prendeu seis pessoas. Destas, três estão ligadas ao ex-presidente da República Jair Bolsonaro (PL): Mauro Cesar Barbosa Cid, Max Guilherme Machado de Moura e Sérgio Rocha Cordeiro. Além disso, o secretário municipal de Governo de Duque de Caxias, João Carlos de Sousa Brecha, que teria ligação com Mauro Cid, também foi detido pelos agentes federais.

O que aconteceu?

  • As inserções falsas ocorreram entre novembro de 2021 e dezembro de 2022.
  • O objetivo era provar a imunização contra a covid-19 dos beneficiários.
  • Com os certificados de vacinação falsos, era possível driblar as barreiras sanitárias impostas pelas autoridades destinadas a reduzir o contágio da doença — que ainda é considerada uma pandemia.
  • Segundo a Polícia Federal, o “objetivo do grupo seria manter coeso o elemento identitário em relação a suas pautas ideológicas, no caso, sustentar o discurso voltado aos ataques à vacinação contra a covid-19.”
  • Os fatos investigados configuram, em tese, os crimes de infração de medida sanitária preventiva, associação criminosa, inserção de dados falsos em sistemas de informação e corrupção de menores.

Quem são os presos até agora?

  • Mauro Cid, o ajudante de ordens de Bolsonaro
Mauro Cesar Barbosa Cid é filho de general que mantém amizade com Bolsonaro | Redes sociais

O tenente-coronel Mauro Cesar Barbosa Cid, conhecido também por Mauro Cid ou “coronel Cid” tem um longo histórico de aproximação com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), tendo sido ajudante de ordens durante o último governo.

Mauro Cid é filho do general Mauro Cesar Lourena Cid, que foi colega do ex-chefe do Executivo, no curso de formação de oficiais do Exército na Academia Militar das Agulhas Negras (Aman). Lourena Cid e Bolsonaro mantém uma amizade de longa data.

O filho de Lourena Cid cresceu na carreira militar no governo de Bolsonaro. Mauro Cid foi major e, depois, promovido a tenente-coronel. Ele se formou em 2000, também pela Aman.

Segundo amigos próximos, o pai não teve nenhuma influência na ascendência do filho, que se tornou um dos principais auxiliares do ex-presidente da República.

Mauro Cid se destacou sendo o primeiro colocado na Escola de Comando e Estado-Maior do Exército e na Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais. Foi também instrutor da Aman, e estava em preparação para assumir um posto nos Estados Unidos, quando foi escolhido para

Durante o governo Bolsonaro, Mauro Cid foi uma espécie de conselheiro-geral do ex-presidente, fazendo interferências em diversos temas relacionados às políticas públicas, como saúde, economia e outros assuntos nos quais Bolsonaro tivesse dúvidas.

Cid também dominava o inglês e espanhol, além de falar francês e alemão, traduzia artigos e fazia a seleção de reportagens e textos da imprensa que considerava importantes para Bolsonaro. Ele também recebia e intermediava pedidos de audiência, mensagens e denúncias que eram separadas para o ex-presidente da República.

  • Max Guilherme, assessor especial de Bolsonaro
Max Guilherme Machado de Moura foi integrante do Bope e trabalha como assessor especial de Jair Bolsonaro | Redes sociais

Outro preso durante a operação é o assessor do ex-presidente, Max Guilherme Machado de Moura.

Ex-sargento da Polícia Militar do Rio de Janeiro, ele foi integrante do Batalhão de Operações Especiais, o Bope. Em 2009, entrou na Justiça com um pedido de promoção por bravura, afirmando ter participado do assassinato do chefe do tráfico no morro do São Carlos, em 2006.

Na época, o estado do Rio premiava policiais que cometessem assassinatos em “atos de bravura”, com o que ficou conhecido como “gratificação faroeste”.  Max Guilherme recorreu na Justiça alegando que participou da operação que matou o traficante Aritana, mas que, por um equívoco, seu nome não foi colocado no registro da ocorrência.

A Justiça do Rio arquivou o processo em junho de 2015, decidindo que o ex-sargento do Bope não teve participação no crime.

Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro e investigado no inquérito das rachadinhas, afirmou em um vídeo, em fevereiro de 2022, que foi ele o responsável por apresentar Max Guilherme a Bolsonaro. Desde então, o ex-sargento trabalha para o político.

Assim que ganhou as eleições presidenciais de 2018, Jair Bolsonaro (PL) nomeou Max Guilherme como assessor no Gabinete Adjunto de Informações do Gabinete Pessoal do Presidente da República. Ele ocupou o cargo até o fim do governo bolsonarista e, ao fim do mandato, foi escolhido pelo ex-presidente para estar entre os 8 funcionários que trabalhariam para ele sendo custeados pela Presidência da República.

Desde 1º de janeiro de 2023, Max Guilherme ocupa o cargo de assessor especial, como CCE (cargo comissionado executivo), com salário de R$ 6.223,98 pagos pelo governo brasileiro, segundo o Portal da Transparência. Ele esteve com Bolsonaro nos Estados Unidos, nos quase três meses em que o ex-presidente permaneceu no país.

Além de assessor do ex-presidente, o ex-policial do Bope também tentou se eleger como deputado federal nas eleições de 2022. Candidato pelo Partido Liberal (PL) do Rio de Janeiro, Max Guilherme usou da proximidade com Bolsonaro e da popularidade nas redes sociais para tentar uma vaga na Câmara dos Deputados, se intitulando como o “01 do Bolsonaro”. Com 9.489 votos, ele não foi eleito, mas ficou entre os suplentes do PL.

  • érgio Cordeiro, dono da “casa das lives” de Bolsonaro durante as eleições

O terceiro preso é Sérgio Rocha Cordeiro, capitão da Reserva e ex-assessor da Presidência da República. Ele fez parte da equipe de segurança de Jair Bolsonaro durante todo o mandato.

Com o fim do governo, ele também foi escolhido entre os 8 funcionários que seguiriam trabalhando com Bolsonaro, ocupando o cargo comissionado executivo de assessor especial.

Além disso, Cordeiro era dono do imóvel onde Bolsonaro fez lives semanais durante a corrida eleitoral de 2022, já que o TSE proibiu o então presidente de usar as instalações do Palácio do Alvorada para realizar as transmissões.

  • Secretário ligado a Mauro Cid também foi preso
João Carlos de Sousa Brecha, secretário municipal de Governo em Duque de Caxias (RJ), também foi preso na operação da PF | Redes sociais

João Carlos de Sousa Brecha, secretário municipal de Governo em Duque de Caxias (RJ), também foi preso pela Polícia Federal durante a Operação Venire.

Ele tem ligação com o tenente-coronel Mauro Cid Barbosa e estaria envolvido na suposta falsificação dos cartões de vacinação para garantir a entrada de Bolsonaro, familiares e assessores próximos nos Estados Unidos, para driblar a regra de vacinação obrigatória naquele país.

Polícia Federal faz buscas na casa de Bolsonaro no DF e RJ

A Polícia Federal faz buscas nas casas do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), em Brasília e no Rio de Janeiro, em operação que mira associação criminosa que inseria informações falsas no banco de dados do Ministério da Saúde para emissão de certificados falsos de vacinação contra a covid-19.

O ex-presidente e a esposa, Michelle Bolsonaro, se encontravam na residência em Brasília no momento em que os policiais chegaram.

Segundo a Polícia Federal, as inserções falsas ocorreram entre novembro de 2021 e dezembro de 2022 e possibilitavam a condição de imunizado contra a covid-19 dos beneficiários do esquema para burlar restrições sanitárias vigentes no país e nos Estados Unidos.

As informações são do SBT e Ponta Negra News.

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