Nem só de heróis vive o cinema: O que assistir neste final de semana

Por Júnior Lins

Já virou comum ver sessões cheias de pessoas em filmes de heróis, seja da Marvel ou da DC. Depois das grandes ondas de recordes de bilheteria com grandes efeitos e superpoderes, o filme "comum" acabou ficando de lado.

As sessões até que dão algumas pessoas no primeiro dia, porém as obras acabam esquecidas e são abafadas a cada novo lançamento dos super-heróis, mesmo com filmes abaixo da média, como é o caso de Thor, Amor e Trovão.

Prestes a entrar em uma nova fase, a Marvel apostou suas fichas em filmes que agregam a novas histórias, mas na exceção do Homem-Aranha, que foi um poço de nostalgia ao incluir Tobey Maguire e Andrew Garfield, e o filme de terror do Doutor Estranho, a empresa se prendeu a contos mal contados. Morbius e o próprio Thor viraram trechos forçados para a aparição de personagens importantes. Mas, nada mais que isso.

Apesar de ser mais uma comédia, Thor ainda assim foi um sucesso e é o filme mais procurado até o momento nos cinemas potiguares. Fui assistir só para cumprir tabela. Não me arrependo, mas também não me orgulho.

O que vi e gostei

Longe das capas e das histórias de poderes, A Fera, estrelado por Idris Elba, é um dos filmes que mais gostei. No pique de "A Sombra e a Escuridão", a batalha contra um leão feroz me tirou o fôlego em alguns momentos.

Com direito a alguns sustos, o filme tem uma história bem abordada com início, no meio e no fim. Há "mentirinhas", mas não muitos furos. A previsibilidade talvez tenha sido o maior problema. Ficou fácil de adivinhar algumas cenas, no entanto, isso não impediu que A Fera me surpreendesse em alguns momentos. Um pequeno spoiler: esse é um filme em que a natureza resolve. Recomendo.

A Fera carrega algo familiar. No início mal abordado, o contexto dos laços ganha maior profundidade no decorrer da obra, mas ainda é um ponto fraco. Apesar disso, é um filme em que todos os personagens são bem aproveitados. Não tenha zelo ao xingar atitudes burras.

Um outro ponto fraco é a falta de outros animais. Chega um momento que parece que só tem um leão e uma cobra, em uma área em que esperava mais bichos. Ainda assim, acho que vale a pena assistir.

Outro filme que me prendeu é Elvis. Mesmo não sendo um grande conhecedor profundo do artista, sou mais um jovem que cresceu regado na cultura americana, obviamente, tendo que ouvir que o Rei do Rock não morreu.

Sob a interpretação sensacional de Elvis por Austin Butler, o filme também conta com o reforço de peso de Tom Hanks. Chaydon Jay, o Elvis jovem, também não deixa a desejar.

O filme traz de volta o que se viveu na época em que Presley "dominava" o mundo. A obra deixa clara a explosão que foi o artista e a revolução no âmbito musical.

Em termos pessoais, a ex-companheira do astro, Priscilla Presley, teve envolvimento direto com o filme. Muitos detalhes antes não vistos sobre a trajetória do cantor foram expostos. A principal trama se volta para os conflitos entre Elvis e seu empresário, que o acompanhou por, mais ou menos, 20 anos.

O filme de Elvis é uma nostalgia musical e cativa. Tem um fim emocionante, mas poderia ter explorado mais o apelo popular dos fãs. Apesar de usar capa, Presley não lotou também os cinemas por muito tempo. Talvez, depois desse filme, ganhe um apelo maior pela história do artista.

O que não recomendo 

Já que citei dois que achei bom, vou para o que não me agradou: Trem-Bala. Eu já não gostava da música chata de Ana Vilela. O filme não tem nada a ver, mas parece é o "karma" do nome para obras artísticas.

Filme fraco. Brad Pitt, que considero um bom ator, foi sacrificado para levar público a um filme com um contexto violento, porém sonolento.

Quem quer pancadaria, pode assistir. Só não garanto que vá ver uma história com pé e cabeça. Me doeu na vista. Não quero afirmar que é algo ruim, mas quem quiser tirar suas conclusões próprias, vai sofrer um pouco.

Acredito que a expectativa que criei possa ter influenciado diretamente também na minha opinião. No entanto, não me agradou o Sr. sem a Sra. Smith, mas em grupo.

O que ainda vou ver

Um terror que estou ansioso para assistir é Gêmeo Maligno. Sou fã do gênero e o trailer me prendeu bastante. A história sobre irmãos e gêmeos, ainda mais, tende a ser bem assustadora.

Gêmeo Maligno é sobre uma mãe, que tem um dos filhos gêmeos mortos. Depois, a vida da família passa a ser atormentada, porém prefiro contar mais detalhes depois que assistir. Falo melhor na semana que vem!

O que a criançada deve ver

Para os pais que querem levar a garotada para ter entretenimento, vou recomendar DC Liga dos Superpets. Apesar de menos badalado, é bem mais divertido que o novo filme dos Minions. Aliás, que decepção.

Ana Cecília, minha sobrinha, dormiu em 70% do filme. Muita história e pouco entretenimento. Sei que a intenção é falar tudo sobre Gru, mas abusaram em contexto demais. Afinal, o que diverte nos Minions é o nada a ver.

Acredito que, hoje, o que vou indicar de super-heróis é apenas o time dos super animais. É bacaninha de se ver. A nostalgia me pegou um pouco também. Era fã de Krypto, o Supercão, quando era criança.

O que ver sem sair de casa

Como sou um homem apaixonado, minha primeira sugestão das plataformas de streaming é "Como Seria Se...?". Um romance bonitinho e com uma historinha massa. Uma menina tem uma noite de baixaria com um amigo e, ao fazer o teste de gravidez, vive duas vidas, uma se tivesse engravidado sem querer e outra se não tivesse.

O filme é um típico romance dos Estados Unidos: tudo dá certo. Mas, apesar disso, é bacana de assistir com seu boy ou sua boyzinha. Vi e recomendo. Está disponível no Netflix.

Rola uma série?

Para série, deixo a dica da minha favorita: The Boys. Disponível no Amazon Prime Vídeo, a série é um choque de realidade com a idolatria a heróis. The Boys é nada mais do que vilões do bem.

A série tem diversas críticas sociais, mas está longe de ser um "mimimi". Cenas agressivas, pesadas e um humor ácido fazem de The Boys como minha série preferida.

Vale a pena parar para ver. Difícil não ficar preso às histórias e ao desenrolar dela. Os personagens também são um atrativo. Não se iluda pelos nomes. O Capitão Pátria não é nada Patriota e Leitinho de Mamãe pode ser alguém bem durão.

E então, curtiu as dicas? Fica ligado todo sábado, às 10 horas, venho aqui sugerir o que ver e o que não ver no cinema. Se tiver alguma sugestão, fala comigo no Instagram: @jrliiins. Vou ver com carinho.