Setor de petróleo e gás projeta criação de até 50 mil postos de trabalho em 2022

21 de Dezembro 2021 - 12h39

Afetado pela pandemia de Covid-19, o setor de petróleo e gás mostra sinais de retomada, com a perspectiva de gerar de 30 mil a 50 mil empregos em 2022. A projeção é do Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP), entidade que reúne as principais empresas do setor. O cenário otimista é puxado pela venda de ativos da Petrobras e pela estabilização do preço do barril de óleo.

“A produção de óleo no Brasil, se pegar de duas décadas para cá, cresceu 140%. São quase 3 milhões de barris por dia. A previsão que a gente faz, enquanto instituto, é que essa produção vá chegar a 5,4 milhões de barris por dia em 2030. Para isso, muito investimento tem que ser feito. De 2020 a 2024, a gente estima US$ 50 bilhões. Com investimentos, vêm também empregos”, colocou o presidente do IBP, Eberaldo Almeida.

O incremento da produção e das contratações ganha o impulso do leilão de excedentes do pré-sal, realizado na última sexta-feira (17), com saldo de R$ 11 bilhões para os cofres públicos. A expectativa, segundo o IBP, é que o setor de exploração e produção de óleo e gás salte de cerca de 330 mil postos de trabalho para 610 mil até 2025.

Almeida aponta que, entre os fatores que atuam para esse cenário, estão o movimento da Petrobras de gestão de portfólio, liberando projetos para empresas menores, como em terra ou águas rasas, e também a redução de royalties em campos maduros para atração de investimentos. Segundo ele, isso já provoca movimentações importantes em estados como o Rio Grande do Norte e a Bahia.

Além das empresas privadas, em que algumas tiveram de montar equipes do zero, a Petrobras abriu concurso público, após um programa de demissão voluntária. Na última sexta-feira (17), foi lançado um edital para mais de 750 vagas imediatas e 3.780 de cadastro de reserva. O salário básico é de R$ 6.937,43, com remuneração mínima de R$ 11,7 mil.

Um levantamento feito pela LCA Consultores, com base em dados do Ministério do Trabalho e Previdência, mostra que, somente o setor de extração – a parte inicial da cadeia do petróleo e gás – teve 13 meses consecutivos de saldo negativo, entre março de 2020 e 2021, com mais demissões que contratações.

A partir de abril, o setor começou a mostrar uma reação e registra, entre julho e outubro deste ano, quatro meses seguidos de saldo positivo. No entanto, cerca de 1,8 mil vagas perdidas ainda não foram recriadas.

O economista Bruno Imaizumi, da LCA Consultores, aponta que a recuperação dos postos formais de trabalho são impulsionados pelo pré-sal, com operadores privados que adquiriram projetos, o início do funcionamento da plataforma FPSO Carioca pela Petrobras, na bacia de Santos, a partir de agosto, e ainda pelo aumento na extração de gás natural para alimentar termelétricas, em meio à crise hídrica.

“Para o ano que vem é esperado sim um crescimento porque têm mais duas unidades planejadas da Petrobras, a Guanabara e Almirante Barroso, que vão ter um desempenho fundamental, consequentemente, para a criação de vagas para o setor”, apontou Imaizumi.

Apesar do otimismo, o presidente do Instituto do Petróleo e Gás, Eberaldo Almeida ressalta que estabilidade é fundamental para que as projeções se concretizem, já que os negócios do setor envolvem investimentos a longo prazo. “Precisa ser um ambiente de negócios que atraia”, colocou.

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