Tratamento polêmico faz homem crescer 17 centímetros de altura; entenda

12 de Maio 2023 - 15h46

Um influencer e rapper americano conhecido como Mr. Broken Bonez (senhor ossos quebrados, em português) tem ganhado fama nas redes sociais ao publicar vídeos em que alega ter crescido de 1,65 cm para 1,82 cm. Os vídeos já foram vistos por mais de 50 milhões de pessoas.

O crescimento ocorreu após ele ter passado por sucessivas cirurgias para alargar os ossos da perna, procedimento geralmente indicado para pessoas com nanismo ou outras doenças, mas feitas por ele com fins estéticos.

A altura de alguém é determinada tanto pelo estilo de vida como pela genética. No caso Mr. Broken Bonez, porém, o ganho de altura veio em dois procedimentos cirúrgicos. O primeiro foi um alongamento de fêmur, que o deixou com 1,74 cm. Em março, ele começou alongamentos de tíbia e, na última quarta-feira (9/5), alcançou a altura final planejada: 1,82 cm.

“Quero poder voltar para a minha vida depois destes tratamentos como um novo homem”, escreveu no Instagram. A recuperação dos procedimentos, porém, depende de longas sessões de fisioterapia e um cuidado para a cicatrização das feridas deixadas pelos extensores de ossos.

O que é o alongamento ósseo?
O tratamento de alongamento ósseo é bastante arriscado e doloroso. Os ossos são quebrados de forma cuidadosa e se instalam hastes ao redor da perna, para manter os pedaços afastados e obrigar uma calcificação que alongue forçosamente os ossos.

O afastamento progressivo começa cerca de uma semana depois do processo de rompimento e, em geral, os ossos aumentam cerca de 1 milímetro por dia. Como todo processo de cicatrização, a recuperação depende do organismo e do comprometimento do paciente com o tratamento. No caso de Mr. Broken Bonez, o alongamento levou mais de seis meses.

Perigos da prática
O uso desse tipo de cirurgia para fins estéticos é desaconselhado. Segundo o ortopedista e cirurgião de coluna Luciano Miller, do Hospital Albert Einstein em São Paulo, o alongamento ósseo é indicado apenas para pessoas que tem uma diferença de comprimento entre os membros ou que passaram por traumas que encurtaram os ossos. A informação é do Metrópoles.

“Não é um procedimento simples. Ele envolve fraturas, lesiona a musculatura, tem um alto risco de infecções. Há muitos riscos envolvidos em se recorrer a esta prática, então de forma nenhuma há a possibilidade de se prescrevê-la com fins estéticos”, diz o ortopedista.

Miller acrescenta que o corpo humano deve ter sua proporcionalidade respeitada e o que o procedimento não faz isso, pois alonga apenas as pernas. “Sempre que alguém quer se submeter a uma cirurgia com fins estéticos, para resolver insatisfações, cabe ao profissional médico esclarecer sobre os riscos e fazer com que o paciente pense de onde vem essas cobranças”, conclui.

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