USP cancela concurso com 7 mil inscritos após sobrinhas de funcionária ficaram em 1º e 2º lugar
A Universidade de São Paulo (USP) anulou nesta sexta-feira (22) o resultado de um concorrido concurso público para técnicos de enfermagem do Hospital Universitário (edital nº 47/2022), de junho deste ano, após suspeita de favorecimento a duas candidatas. Uma nova prova será aplicada, em data ainda não divulgada.
As irmãs Jessica e Bruna Pimenta, que passaram em 1º e 2º lugar no processo seletivo, são sobrinhas de Sueli Barros, funcionária de um departamento do H.U. que participou da elaboração da prova. Jessica e Sueli negam as acusações e afirmam que estão sofrendo assédio e ameaças pelas redes sociais. Bruna não respondeu às mensagens até a última atualização desta reportagem.
Eram quase 7 mil candidatos disputando 22 vagas (com remuneração de R$ 4,9 mil). De todos eles, só as duas jovens acertaram as 40 questões de múltipla escolha e tiraram a nota máxima. Quando os resultados foram divulgados, em 25 de junho, participantes estranharam o mesmo sobrenome (Pimenta) das duas primeiras colocadas e o parentesco delas com uma funcionária do hospital. Procuraram, então, a ouvidoria da USP.
Segundo a Comissão de Apuração da universidade, instaurada em 30 de junho para investigar as denúncias, não há evidências concretas de vazamento do exame. No entanto, foram constatados:
- Problemas de segurança no processo de conferência do gabarito;
- Potencial risco de vazamento das respostas;
- E "conflito de interesses decorrente da participação no processo de conferência do gabarito de um funcionário aparentado com dois candidatos do concurso".
Ao g1, Sueli afirmou que já prestou depoimento. "O que tenho para falar é que não participei deste processo [seletivo], gostaria que as pessoas que levantaram este fato apresentassem provas”, disse. “Tenho 34 anos de Hospital Universitário, sempre mantive a ética. Quem está falando isso [do favorecimento], nem sei quem é, mas deve estar frustrado por não ter a mesma competência.”
"Tem que ter provas, e não existem provas contra mim e minha irmã", escreveu Jessica, em mensagem enviada para o g1.
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