Mesmo custando menos, vendas de gasolina despencam no RN; Setor tem perda de 10% no faturamento

20 de Abril 2023 - 15h50

O comércio varejista do Rio Grande do Norte vem apresentando bons resultados de vendas desde o início do ano. O setor lidera em termos de volume de negociações realizadas ao encerrar março com um crescimento de 9,3% em relação ao mês anterior. No total, foram mais de 31,7 milhões de operações efetuadas no mês passado. Isso equivale a um faturamento da ordem de R$ 3,4 bilhões para as empresas do segmento. No comparativo com o ano passado, o volume é ainda maior, 14% a mais do montante que entrou no caixa desses estabelecimentos.

Os dados foram divulgados pela Secretaria Estadual de Tributação (SET-RN), nesta quinta-feira (20), quando foi publicada a 41ª edição do Boletim Mensal de Atividades Econômicas, estudo que é feito mensalmente pela Secretaria e cujas edições estão disponíveis para consulta no site www.set.rn.gov.br/.

Por outro lado, esse mesmo levantamento apontou uma situação de considerável crise no setor dos combustíveis. Afinal, apontou que o faturamento de postos e distribuidoras caiu 9,8% em março. As vendas somaram R$ 56,9 milhões por dia, em média, consideravelmente inferior aos R$ 63,2 milhões em 2022. E lembrar que março representou uma leve recuperação do setor, visto que nos meses de janeiro (R$ 55,8 milhões por dia) e fevereiro (R$ 56,8 milhões) foram ainda piores em relação a faturamento. 

É bem verdade, porém, que em março do ano passado, a gasolina bateu recordes de preço, chegando próximo aos R$ 7. Por isso, se comparado a quantidade de litros vendida no ano passado e neste ano, 2023 supera o volume. Isso não quer dizer que as vendas estão boas. Desde dezembro do ano passado, mes a mes, as vendas de gasolina vem despencando. O mesmo acontecia com o diesel, inclusive, mas em março este combustível sofreu uma "guinada" na linha (veja abaixo). 

Para se ter uma ideia, foram vendidos 59 milhões de litros de gasolina em dezembro de 2022, enquanto em março foram vendidos "apenas" 50 milhões. Ou seja: o setor deixou de vender 9 milhões de litros.

Por outro lado, o diesel aumentou em vendas se comparado a janeiro (37 milhões) e fevereiro (34 milhões). Contudo, ainda representa um número total menor do que o comparado a dezembro, quando foram vendidos 45 milhões. 

VAREJO

De acordo com o informativo, o volume total movimentado pelos setores em atividade no estado chegou a mais de R$ 13 bilhões no terceiro mês do ano. Além do varejo, o segmento com a segunda maior contribuição para esse resultado foi o atacado que faturou R$ 2,2 bilhões, seguido da indústria de transformação, que obteve um volume movimentado da ordem de R$ 1,9 bilhão. Já o setor de comercialização e distribuição de combustíveis aparece na quarta posição com um faturamento mais de R$ 1,7 bilhão em março.

Geralmente, os combustíveis ocupam a terceira posição no ranking de faturamento mensal, porém, no mês passado, as vendas totais caíram 9,8% em relação ao mesmo mês do ano passado. Em relação ao consumo desses produtos, etanol foi o único a manter estabilidade, enquanto a gasolina e o diesel tiveram elevação no consumo, subindo de 45 milhões para 50 milhões de litros vendidos, no caso da gasolina, entre março de 2022 e março deste ano. No mesmo intervalo, o volume consumido de diesel passou de 37 milhões para 40 milhões de litros.

Arrecadação

O 41º Boletim Mensal de Atividades Econômicas traz também informações sobre arrecadação de impostos no estado. Em março foram recolhidos R$ 667 milhões em receitas próprias, o que representa um crescimento de 5,4% no comparativo com o mesmo mês do ano passado. O principal responsável por essa alta foi o recolhimento de ICMS, que registrou aumento nominal de 4,1% no mês, chegando a 615 milhões arrecadados. Considerando a inflação do período, a arrecadação teve alta real inferior a 1%. 

Segundo o IBGE, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPVA), indicador que mede a inflação oficial no Brasil, registrou uma variação, acumulada nos últimos 12 meses, de 4,65%. Por isso, o crescimento dos valores recolhidos não ultrapassou 0,75%. Já a arrecadação de ICMS, descontando o impacto da inflação, acabou em queda de 0,55% ao invés de crescimento. 

O secretário estadual de Tributação, Carlos Eduardo Xavier, explica que o resultado no recolhimento do principal tributo do Rio Grande do Norte foi impactado positivamente por ações de monitoramento setorial, realizadas pela Subcoordenadoria de Fiscalizações Estratégicas, Substituição Tributária e Comércio Exterior (SUSCOMEX) da SET. A equipe de auditores e técnicos do setor fizeram uma varredura na área de combustíveis utilizando ferramentas de Business Intelligence (BI) e identificaram irregularidades. Esse trabalho resultou na recuperação de volumes de recursos que seriam sonegados dos cofres públicos do estado.

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