[VÍDEOS] Show do Mada em Natal tem manifestações políticas e declarações de amor no palco
Por William Medeiros.
“Nem é cedo demais para saber que a vida é desgraçada aqui. Meu filho, amor tem dessas coisas rudes” poderia ser apenas a introdução da música “O Cara de Óculos”, mas foi a definição do show de Djonga no Mada 2022. E justo essa canção que abriu a participação do cantor mineiro no Estádio Arena das Dunas. No evento rolou de tudo: roda de polga, declarações de amor e, como já era de se esperar, manifestações políticas.
Algo que chamou atenção foi a adesão do público em cantar as músicas, letra a letra, junto com o cantor, marcando histórias e mostrando vivências através das melodias. Em cada uma de suas canções, Djonga tenta narrar os acontecimentos importantes do país e de sua vida, sempre trazendo temas como família, luta contra o racismo, dificuldades do povo brasileiro e ascensão de quem veio de baixo.
Manifestação de quem não se manifestou
Como foi dito no início do texto, as manifestações políticas já eram de se esperar. Isso não é novidade para ninguém, visto que o Mada é um evento característico pela proximidade da eleição e público majoritariamente de esquerda. Porém, é interessante observar a forma como as coisas são feitas.
Em suas letras, Djonga deixa bem claro de que lado está e o motivo. Dessa vez, a manifestação se limitou apenas a indiretas, mas nem precisava: o público tirou as palavras de sua boca.
“Nós segue na mesma ideologia, se é que vocês me entendem. Nós segue nas mesmas lutas, se é que vocês me entendem. Fogo nos racistas, né?! E nós segue feliz em ver que os festival segue crescendo, tá ligado?! E de poder ver tanta gente, cada vez mais, gente preta, cada vez mais favelado nos eventos. E, se as coisas melhorar, nós vamos ver mais ainda, né?! Se é que vocês me entendem”(sic), disse o cantor.
Para não ser explícito e demonstrar que queria se referir às eleições, o cantor complementou dizendo: “Nós fala do jeito que tem que falar, se não fala que …”. Depois disso, o público começou a cantar “olê, olê, olê, olá, Lula, Lula”, pessoas fizeram o “L” com os dedos e até uma faixa de apoio ao petista foi erguida pelos fãs.
“Está chegando, hein?! Gritar no show, no meio do festival é mais fácil um pouquinho. Está todo mundo igual, todo mundo, teoricamente, pensa igual. Quero ver lá na hora, que ninguém tá te vendo. A hora que ninguém vai te ver é mais difícil”, conta o artista.
Encerrando o show, não podia faltar uma das canções mais esperadas do cantor: “Olho de Tigre”, onde várias pessoas se misturam na roda de polga gritando “fogo nos racistas”.
Futebol e política se misturam?
Para quem não sabe, Djonga questiona o fato da camisa da seleção brasileira ser atrelada a pessoas que votam em políticos de direita. Inclusive, esse foi o “trunfo” utilizado pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF) em uma campanha para “despolitizar” a roupa. Quem é fã de verdade não estranhou o fato de haver várias pessoas vestindo a “amarelinha”.
Natal quer namorar ou não?
Em um determinado momento do show o artista indagou: “Primeira vez que eu pergunto, aqui em Natal ninguém quer namorar não, né?! Em Natal vocês querem namorar ou não? Quem quer namorar em Natal faz barulho. Quem quer só putaria aqui em Natal faz barulho”. Não precisaria dizer a resposta do público, mas foi a segunda opção a que mais teve gritos.
Depois disso, o cantor convidou cerca de 8 casais para se declarar para os parceiros ao som da música “Leal”, cuja letra fala: Eu quero ser leal, enquanto nosso lance for real. Só pra você. Ela deitada é a criação do mundo no sétimo dia. Deus descansando. Ela de pé é Estátua da Liberdade, me faz crer que eu posso tudo. Deus me testando. Eu creio que eu posso voar, no ar, te quero nua. No meu lar, 'cê me diz ‘sou toda sua’". Enquanto uns se beijavam, outros se abraçavam, ajoelhavam, olhavam e se declaravam.
Família
Quem acompanha o cantor sabe que muitas de suas letras falam sobre as suas raízes familiares. Na música “Bença”, onde é mostrada a relação do artista com a avó, deu para perceber a sua emoção ao não conseguir se mexer, apenas cantar.
Já na canção “Procuro Alguém”, em homenagem a filha do artista, a ideia foi dividir a plateia e, enquanto uns gritavam “iô iô”, a resposta de outros era “sinônimo de amor”.
COBERTURA DAS ELEIÇÕES
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A Cobertura das Eleição tem o patricínio de Rota Sul; Famiglia Reis Magos; Buda Motors; Vox2You; Empório do Sono; Água Santa Maria; Grupo Unimetais; Unimed Natal; Lampadinha; PG Prime - Jeep; Padaria Mercatto; Grafica Sul; e Imunizadora Potiguar.
Fotos: Rogério Vital / Willliam Medeiros.
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