Indígenas de nove aldeias da terra Yanomami, em Roraima, estão contaminados por mercúrio. Os pesquisadores identificaram a presença do metal pesado em amostras de cabelo de aproximadamente 300 pessoas, incluindo crianças e idosos. Os dados são da pesquisa realizada pela Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp/Fiocruz), em parceria com a Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz), com o apoio do Instituto Socioambiental (ISA).
Os pesquisadores realizaram a coleta de materiais na região do Alto Rio Mucajaí, em outubro de 2022. A área é afetada pela presença de garimpos ilegais há décadas e tem demonstrado consequências para a população local.
Das amostras de cabelo examinadas, 84% registraram níveis de contaminação por mercúrio acima de 2,0 µg/g. Outros 10,8% ficaram acima de 6,0 µg/g, percentual considerado alto.
Segundo a Fiocruz, os indígenas com níveis mais elevados de mercúrio apresentaram déficits cognitivos e danos em nervos nas mãos, braços, pés e pernas.
Com o cruzamento de dados, foi observado, que, nos indígenas com pressão alta, os níveis de mercúrio acima de 2,0 µg/g são mais frequentes do que nos indígenas com pressão arterial normal.
De acordo com a Fiocruz, mais de 80% dos indígenas que participaram do estudo relataram ter tido malária ao menos uma vez, com uma média de três episódios da doença por paciente.
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