Jair Bolsonaro repete de forma oblíqua os questionamentos ao voto eletrônico, insistindo inclusive em laudos que já foram contestados tecnicamente. Usa ironia velada ao dizer que na reunião ministerial do golpe “apenas por coincidência” afirmou que teria algo como 49% dos votos, o que ficou próximo de sua votação no segundo turno. Informações O Globo.
Na largada de seu depoimento a Alexandre de Moraes, Jair Bolsonaro imprime tom de campanha eleitoral e mostra disposição em aproveitar ao máximo o holofote que a ocasião lhe confere. Mais do que se defender da acusação de tentar orquestrar um golpe, o ex-presidente parece interessado em colocar na rua um discurso de defesa de sua trajetória, de sua presidência e de sua visão de mundo.
Jair Bolsonaro aproveita o depoimento para falar de supostos feitos de seu governo no combate à corrupção e na recuperação financeira de estatais. Diz que isso lhe rendeu antipatia. Fala, ainda, de perseguição da imprensa e do Judiciário. Começa a se minimizar e diz que em nenhum momento descumpriu decisões judiciais.
Bolsonaro revela que o vídeo que queria exibir — e que foi indeferido por Alexandre de Moraes — era de vários expoentes da esquerda, inclusive o ministro do STF Flávio Dino, que integra a Primeira Turma, questionando a lisura do voto eletrônico. Quer provar, com isso, que não é o único a questionar a transparência do sistema eleitoral.
Foto: Reprodução/TV Justiça