Após ter a prisão decretada pelo presidente da CPMI do INSS, senador Carlos Viana (Podemos-MG), na madrugada desta terça-feira (4), o presidente da Confederação Brasileira dos Trabalhadores da Pesca e Aquicultura (CBPA), Abraão Lincoln Ferreira da Cruz, pagou fiança e foi solto. Com informações do Metrópoles.
Na sessão iniciada ainda na segunda-feira (3), Viana afirmou, ao encerrar os trabalhos, que determinou a prisão em flagrante do “senhor Abraão Lincoln Ferreira da Cruz pelo crime impróprio de falso testemunho que trata o inciso dois do artigo quarto da Lei nº 1.579/52”.
Farra no INSS
- O escândalo do INSS foi revelado pelo Metrópoles em uma série de reportagens publicadas a partir de dezembro de 2023.
- Três meses depois, o portal mostrou que a arrecadação das entidades com descontos de mensalidade de aposentados havia disparado, chegando a R$ 2 bilhões em um ano, enquanto as associações respondiam a milhares de processos por fraude nas filiações de segurados.
- As reportagens do Metrópoles levaram à abertura de inquérito pela Polícia Federal (PF) e abasteceram as apurações da Controladoria-Geral da União (CGU).
- Ao todo, 38 matérias do portal foram listadas pela PF na representação que deu origem à Operação Sem Desconto, deflagrada no dia 23 de abril deste ano e que culminou nas demissões do presidente do INSS e do ministro da Previdência, Carlos Lupi.
O sindicalista teria mentido ao afirmar que não conhecia o tesoureiro da CBPA, Gabriel Negreiros, que é padrinho de um de seus netos. O parlamentar apresentou uma foto do batizado da criança e afirmou ainda que Abraão Lincoln depositou R$ 5 milhões em uma conta de Negreiros.
Conforme o deputado federal Duarte Jr. (PSB-MA), Abrãao Lincoln “chama de relação institucional depositar R$ 5 milhões na conta do Gabriel Negreiros, que nada mais é do que padrinho do Neto dele. Ele ser padrinho do seu neto é relação institucional?”.
Após ser pressionado pelo deputado, Abraão Lincoln disse que se confundiu ao responder o relator da CPMI, deputado Alfredo Gaspar (União Brasil-AL), a respeito da relação com Negreiros.
“Eu quero pedir perdão, porque, na minha ignorância, não disse, mas ele é meu compadre. Estou pedindo desculpa, porque eu pensei que fosse questão de ser filho, algum parentesco dessa natureza”, tentou se explicar Abraão, mas sem convencer os membros da CPMI.
Já quase ao fim da sessão, o relator da CPMI do INSS afirmou que houve outros quatro momentos em que Abraão Lincoln teria mentido.