O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) orientou ministros a confrontarem as versões do governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), sobre a megaoperação policial na capital fluminense, nesta semana, que já deixou mais de 120 mortos, de acordo com dados do governo do estado.
A noticia é do portal CNN. Aos ministros, Lula pediu que reforçassem a informação de que o governo federal não teria ajudado a gestão do estado. O presidente pediu que o governo esclarecesse que o pedido de ajuda não havia sequer chegado à Brasília.
Foi Lula quem escalou o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, para ser o porta-voz da crise e dar explicações sobre a atuação do Executivo federal.
Sob reserva, porém, auxiliares avaliam que Lewandowski adotou um tom muito institucional e polido diante de um confronto que tomou contornos políticos.
A entrevista após a reunião com Lula também foi criticada por integrantes do governo, que apontaram a descoordenação entre o ministro e o diretor-geral da PF (Polícia Federal),
Andrei Rodrigues.
Rodrigues disse que houve um contato prévio da inteligência da Polícia Militar do Rio de Janeiro com a unidade local da PF para avaliar uma possível participação na operação, mas foi interrompido por Lewandowski durante a manifestação.
Nas redes sociais, Lula quer auxiliares mobilizados para evitar que o discurso de que o governo não tem capacidade para atuar sobre a segurança ganhe força.
A ordem é para impedir que governadores de direita — não apenas Castro, mas Romeu Zema (Novo) e Ronaldo Caiado (União Brasil) — assumam o discurso contra a esquerda.
O PT tem monitorado o debate sobre a operação nas redes. Uma pesquisa encomendada pelo partido mostra que 45% das opiniões foram favoráveis à megaoperação, porém, com maioria desfavorável no Rio de Janeiro.
Ainda durante conversas com ministros, na quarta-feira (29), Lula avaliou que a adoção da GLO (Garantia da Lei e da Ordem) não traria efeitos esperados e poderia culminar em mais violência no Rio de Janeiro.