Foto: Eduardo Anizelli/Folhapress
Todos os mortos durante a megaoperação policial nos complexos da Penha e do Alemão, no Rio de Janeiro, e já identificados pela Polícia Civil, são homens — com idades entre 14 e 55 anos e média de 28. Segundo o levantamento divulgado nesta quarta-feira (4), metade deles possuía mandado de prisão ou de busca e apreensão, e 38% nasceram no estado do Rio.
O relatório, que reúne 115 perfis (sem incluir os quatro agentes de segurança mortos na ação), traz informações como RG, CPF, histórico criminal e dados de redes sociais. Entre os mortos, 36 tinham apenas o nome da mãe registrado, e um terço não tinha o nome do pai nos documentos. Dois eram menores de idade.
Entre os identificados, há casos de lideranças do Comando Vermelho (CV) em outros estados. Francisco Myller Moreira da Cunha, conhecido como Gringo ou Suíça, era apontado como chefe da facção no Amazonas e tinha mandado de prisão por homicídio e tráfico. Outro, Rafael Correa da Costa, o Rafinha ou Irmãos Sorriso, era considerado líder do CV em Abaetuba (PA) e tinha cinco mandados ativos.
A diversidade de origens impressiona: além do Rio, há registros de mortos do Pará, Amazonas, Bahia, Paraíba, São Paulo e Espírito Santo. O Pará é o segundo estado com mais nomes na lista (19), seguido por Amazonas (5) e Feira de Santana (4).
Os crimes listados no documento incluem tráfico de drogas, homicídio, porte ilegal de armas, estupro, roubo, extorsão e corrupção ativa, entre outros. Ao todo, 12 mortos foram identificados como líderes de facções em outros estados.
As redes sociais também foram utilizadas pela inteligência policial para confirmar vínculos com o Comando Vermelho. Em alguns casos, suspeitos sem antecedentes criminais foram associados à facção por emojis, fotos com armas ou uso de roupas camufladas — como no caso de Alessandro Alves Silva, 19, flagrado com vestimenta usada em ações na mata.
Segundo a Polícia Civil, mais de 95% dos 115 perfis analisados tinham ligação comprovada com o CV, reforçando o caráter interestadual e organizado da estrutura criminosa desmantelada na operação.
Com informações da Folha de S.Paulo