O Papa Francisco, morto nesta segunda-feira após um AVC que levou a uma insuficiência cardíaca irreversível, rompeu com anos de tradição ao anunciar, em testamento, como deseja ser enterrado. O jesuíta argentino, conhecido por defender os mais vulneráveis, afirmou desejar ser enterrado na Basílica de Santa Maria Maggiore, em Roma, sem ornamentos especiais e com uma única inscrição indicando “Franciscus”. Ele destacou, ainda, que os custos de seu sepultamento serão cobertos por um benfeitor - e não pelo Vaticano, como tradicionalmente é feito. A infromação é do O Globo.
Francisco não quis ser sepultado na Basílica de São Pedro e nem nas grutas sob o Vaticano - onde a maioria de seus antecessores foi enterrada -, mas em uma Basílica localizada do outro lado da cidade de Roma. Ele sempre demonstrou afeto pelo local, dedicado a Maria, por onde passava para orar sempre após internações, antes de ir e ao retornar de viagens. Sua última passagem por lá foi feita após a sua internação no hospital Gemelli, em 23 de março.
Apenas outros cinco Papas tiveram seus restos mortais enterrados no local: Clemente VIII, Clemente IX, Paulo V, Sixto V, Pio V, Nicolau IV e Honório III. A Basílica de São Pedro, por sua vez, abriga quase 100 Pontífices, incluindo o Papa Bento XVI, antecessor de Francisco, que renunciou em 2013 e morreu em 2022. Assim como os Papas anteriores, Bento XVI foi sepultado em três caixões: um de cipreste, um de zinco e um de olmo, encaixados uns dentro dos outros.
Francisco, no entanto, ordenou que fosse usado apenas um caixão, feito de madeira e zinco. E indicou que um benfeitor - alguém que doou uma quantia destinada pelo Papa à sua sepultura - arcaria com os custos do sepultamento. Embora não se saiba se esta é a primeira vez que um Papa ordena que o Vaticano se abstenha dos custos do enterro, a decisão é rara, sem precedentes recentes, e indica que Francisco preferiu que as despesas não recaíssem sobre a Santa Sé.