Ameaças, bate grades, confusão "generalizada" e repressão com uso de balas de borracha, granadas e spray de pimenta. Assim foi o domingo (18), na penitenciária estadual de Alcaçuz, na Grande Natal, de acordo com o livro de ocorrências do plantão. A Secretaria Estadual de Administração Penitenciária (SEAP) negou a confusão.
De acordo com o relatório de ocorrência, publicado pelo Blog de Gustavo Negreiros, houve uma "intensa agitação entre os internos das alas A, B e D". "Estes exigiam a presença do diretor da unidade, ameaçando 'virar a cadeia' caso a exigência não fosse atendida', e mencionavam uma possível 'ação em conjunto' com internos do Pavilho 4, a ser realizada após o termino do procedimento padrão efetuado pelos servidores do Itep".
O Instituto Técnico Científico de Perícia, o Itep, foi acionado após a morte de um preso. O fato causou tensão porque se pensava que ele havia sido assassinado - de acordo com a SEAP, foi infarto. De qualquer forta, a tensão ficou generalizada na unidade após a morte.
Em outro trecho, o relatório afirma que: "Momentos após a chegada do Itep, os internos da ala A iniciaram uma batida de grades, o que rapidamente se transformou em um tumulto generalizado, espalhando-se para as demais alas do pavilhão e incentivando outros internos a também baterem grades".
Diante da escalada da confusão ou motim, foi solicitado o apoio de mais policiais penais da unidade para dissipar a crise. Durante a intervenção, foram utilizados instrumentos como munições de elastômero (bala de borracha), granadas e spray de pimenta.
SEAP DIVULGA NOTA
"Uma pessoa privada de liberdade veio a óbito, às 7h50 deste domingo (18), no Pavilhão 1 da Penitenciária Estadual de Alcaçuz, em Nísia Floresta, após parada cardiorrespiratória.
Segundo a equipe de plantão, por volta das 5h50, os internos da ala "A" alertaram que um preso precisava de ajuda. Os policiais penais agiram prontamente com os primeiros socorros e acionaram o SAMU, que enviou duas equipes. Uma unidade básica e uma avançada.
Os pps se revezaram na massagem cardíaca externa por cerca de 40 minutos até a chegada da equipe médica. O SAMU realizou manobras de desfibrilação e ministrou adrenalina, sem sucesso.
O médico registrou no boletim de atendimento de urgência do samu a ocorrência de parada cardiorrespiratória (infarto). A Polícia Judiciária e Itep foram acionados para as medidas cabíveis."