O ministro do Supremo Tribunal Federal, Flávio Dino, é o responsável atualmente pelo inquérito resultante da fraude dos respiradores, comprados pelo Consórcio Nordeste. E o curioso não é só que Flávio Dino vai decidir sobre a investigação do ex-colega Rui Costa. Ex-governador do Maranhão, Dino tem um histórico de envolvimento e suspeitas com o caso e já foi até denunciado para a Polícia Federal na época. Veja no vídeo acima.
Buscando na internet, é possível ver que Flávio Dino foi citado, principalmente, em reportagens que citavam a apuração no Tribunal de Contas do Estado (TCE). "Segundo relatório de instrução assinado pela auditora Aline Garreto, pesquisa de preços feita pela CGU constatou superfaturamento de quase 150% levando-se em conta que o preço médio por respirador mecânico na época foi de R$ 87 mil e o governo Flávio Dino pagou via Consórcio Nordeste quase R$ 200 mil, em média, por unidade", citou um trecho da notícia postada pelo Diário do Poder, em setembro de 2021.
"TCE do Maranhão enrola análise do escândalo milionário dos respiradores", aponta o título da reportagem, que citou ainda exemplos da tentativa de "abafar" o caso por parte do Governo do Maranhão, na época comandado por Dino. "O secretário de Saúde do Maranhão e presidente do Conselho Nacional de Secretarias de Saúde (Conass), Carlos Lula, é acusado de atuar pela decretação de sigilo do processo, bem como pelo afastamento da auditora que identificou o superfaturamento nas negociações. De acordo com o Atual7, o governo do Maranhão também omite detalhes da compra dos 'aparelhos fantasmas' no Portal da Transparência", citou.
DENUNCIA A POLÍCIA FEDERAL
Reportagem publicada pelo Estado do Maranhão, no dia 16 de junho de 2020, o deputado estadual Wellington do Curso anunciava que havia protocolado uma representação na Polícia Federal, no Ministério Público Federal, no MP do Maranhão, na OAB, CGU e TCE. O pedido foi para que esses órgãos apurem a hipótese de superfaturamento na aquisição de 30 respiradores e malversação de recursos públicos por causa da compra dos respiradores via Consórcio Nordeste.
A reportagem cita que o Governo do Maranhão, comandado por Flávio Dino, havia comprado R$ 4,9 milhões em repiradores, mas os itens nunca chegaram a rede estadual de saúde - até hoje.
“Se até o presente momento os respiradores não foram entregues ao estado do Maranhão, tem-se a conclusão óbvia de que todas as ações praticadas por Flávio Dino implicaram em danos ao patrimônio público. Em meio à pandemia, a necessidade de um equipamento que pode ser decisivo para salvar vidas está servindo de justificativa para que o governo de Flávio Dino gaste milhões de reais numa compra com um preço completamente fora da realidade”, disse o deputado.