Mãe do adolescente autista que teve os dois dentes da frente quebrados depois de ser agredido por uma dupla no caminho para a escola, no Guará 1, contou ao Metrópoles que o filho está “mais quieto e triste” desde o ocorrido.
O garoto de 15 anos sofreu as agressões no dia 13 de novembro em um beco próximo ao Centro de Ensino Especial (CEE) 1 do Guará — o mesmo colégio onde outro adolescente autista teve o braço quebrado por um professor policial militar.
Segundo a vendedora autônoma Yone Nunes de Souza, 40, o filho também precisará de um implante dentário.
“Estamos fazendo os exames necessários. Vejo meu filho mais triste. Dorme mais e está mais quieto. Ele ainda não está com dentes provisórios”, contou a mãe do adolescente.
Depois do caso, a mãe também acha que um apoio psicológico vai ser importante para o rapaz. “Vamos tentar conseguir fazer o implante dentário e um apoio psicológico para ele. Quem sabe a gente não consegue também uma vaga na Vila Olímpica para que ele possa praticar algum esporte. Seria muito importante para o meu filho se recuperar do que aconteceu”, completou Yone.
Ocorrência
A mãe, que tem outro filho, de 7 anos, também com Transtorno do Espectro Autista (TEA), registrou boletim de ocorrência na 4ª Delegacia de Polícia (Guará). No dia da agressão, o mais velho seguia para a escola sozinho.
“Ele é autista não verbal e não fala. Meu filho faz aula complementar todas as segundas-feiras, no CEE 1, e eu o ensinei a andar sozinho. Como não moramos no Guará, levei-o até uma estação do metrô, e ele seguiria sozinho dali em diante”, contou a mãe do estudante.
No momento em que o jovem passava por uma beco perto da parada de ônibus da QE 20 do Guará 1, uma mulher teria acusado o adolescente por ato obsceno. Em seguida, dois homens que estavam dentro de um carro desceram do veículo e o espancaram.
“Ele não teve nada roubado. Depois da agressão, conseguiu chegar à escola e foi levado para o hospital. Uma testemunha comentou que os dois homens disseram que ele fazia gestos obscenos. Achamos que, provavelmente, ele pode ter urinado em via pública, mas por não ter discernimento pleno. Não acreditamos que ele tenha mostrado as partes íntimas”, afirmou Yone.
Imagens
Agora, a família busca imagens do circuito de segurança de prédios próximos ao local onde ocorreu a violência, para ter detalhes sobre os fatos. A 4ª DP investiga o caso como lesão corporal. A informação é do Metrópoles.
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