Secretaria retira advogados que estavam presos em Academia da Polícia Penal após crítica de sindicatos
Atualizada às 11h.
Os três advogados presos por suspeita de envolvimento com uma facção criminosa do Rio Grande do Norte, estão custodiados em prédios da Secretaria Estadual de Administração Penitenciária (SEAP), após serem retirados da Academia da Polícia Penal. A situação ocorre porque os advogados têm direito a chamada "sala de estado maior". Seria isso ou dar a liberdade a eles, que foram presos no início da semana, em uma operação conjunta da Polícia Federal e das forças de segurança do Rio Grande do Norte.
Segundo confirmou a SEAP em contato com a redação da 96 FM, "os advogados que estavam provisoriamente na Academia da Polícia Penal foram transferidos para o Grupo de Operações Especiais e Cigospen". O "Cigospen" é o chamado "Gerenciamento Operacional do Sistema Penitenciário". A Secretaria negou que a advogada destida estivesse na inteligência.
No dia anterior, o Sindicato dos Policiais Penais do RN já havia se manifestado contra a presença de advogados presos na Academia da Polícia Penal, um lugar que deveria ser destinado para a educação e treinamento de novos integrantes do sistema prisional. O detalhe é que todos esses presos estão nessa situação por suspeita de integrar uma facção que ordenou os ataques criminosos ocorridos em março e, inclusive, provocaram a morte de um policial penal.
"O que eles querem é pressionar para que consigam prisão domiciliar, alegando que no RN não tem sala de estado maior", afirmou uma das fontes ouvidas pela redação da 96 FM. Por isso, alguns advogados que defendem esses presos, já cobraram mais conforto para os detidos, como cama e televisão, o que gerou fortes críticas dos policiais que estão lotados nesses locais e se sentem incomodados com a presença.
Em contato com a redação da 96 nesta quinta-feira (6), a SEAP se manifestou sobre a presença dos advogados presos dentro da Academia da Policia Penal e afirmou o seguinte: "A custódia do regime especial normalmente é realizada na Academia Coronel Milton Freire, da Polícia Militar, mas diante da reforma do prédio, os presos estão sendo mantidos no quartel do Comando Geral, local com número limitado de vagas. Diante dessa limitação, a custódia dos dois advogados está sendo realizada pela própria Polícia Penal e em condições de garantir as prerrogativas".
OPERAÇÃO CONTRA FACÇÃO
A operação Faves, contra a facção criminosa ocorreu no início da semana. Entre os alvos da operação estavam três advogados, além de líderes da facção apontados como responsáveis por coordenar os recentes ataques ocorridos em março deste ano em vários municípios do Rio Grande do Norte. Os investigados poderão responder por organização criminosa e tráfico de drogas e, se condenados, cumprir pena de até 23 anos de reclusão.
SILÊNCIO DA OAB
A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-RN) foi procurada desde a quinta-feira (6), para se manifestar sobre o caso, mas até o momento não emitiu qualquer parecer.
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