Amamentação exclusiva até os seis meses é realidade para menos da metade dos recém-nascidos
Apesar de ser uma recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS), menos da metade dos bebês no Brasil é alimentado exclusivamente com leite materno durante os primeiros seis meses de vida. Segundo dados do Ministério da Saúde, essa forma de amamentação é uma realidade apenas para 45,8% das crianças brasileiras.
Manter o aleitamento materno exclusivo, mesmo não sendo uma missão fácil, é uma prática que traz benefícios tanto para os bebês quanto para as mães, como explica o pediatra e neonatologista do Grupo Hapvida NotreDame Intermédica, Maiton Fredson. Segundo ele, as crianças que mamam por mais tempo possuem menos chance de desenvolver obesidade, bem como de sofrer com problemas como diarreias e infecções respiratórias.
“O aleitamento materno oferece ao bebê o alimento de melhor qualidade que ele terá em toda a sua vida, sem contaminantes, rico em nutrientes e com a temperatura adequada”, enumerou o profissional.
Além do cuidado e carinho já inerentes ao ato de amamentar, as mães também têm a ganhar com a prática, já que os hormônios liberados nesse período ajudam o corpo a passar pelo puerpério, estimulando o útero a voltar ao tamanho normal e fazendo com que elas “queimem” o ganho extra de peso adquirido ao longo da gravidez.
Um outro argumento a favor vem da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP): mães que amamentam por até um ano têm risco 6% menor de desenvolver câncer de mama.
Dificuldades
O processo, porém, nem sempre é fácil e, durante o período de adaptação, as mães podem enfrentar muitas dificuldades. “Algumas delas podem apresentar dores, fissuras ou ingurgitação mamária. Mas esses fatores são possíveis de contornar, em sua maioria, com o acompanhamento profissional adequado”, frisa Maiton Fredson.
O especialista destaca que essa orientação é essencial, sendo capaz de prevenir ou tratar muitas dessas dificuldades comuns no início da amamentação. “É fundamental para que a mãe possa manter o aleitamento da forma mais confortável e pelo maior tempo possível”, conclui.
Doação de leite materno
Os números são expressivos: 54.061 mulheres foram doadoras e 84.996 litros de leite humano foram coletados, somente no Rio Grande do Norte, segundo o Sistema de Informação da Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano, entre 2000 e 2022. A meta do Ministério da Saúde para 2023 é ampliar as doações para atender, pelo menos, 60% da demanda por leite humano no país, o equivalente a uma coleta total de 245,7 mil litros.
No plano nacional, no ano passado, 197 mil mulheres doaram leite, com volume total de 234 mil litros coletados. Com isso, após o processamento do leite doado, 222 mil recém-nascidos foram beneficiados. Um pequeno gesto capaz de salvar e ajudar muitas vidas.
Rede Pará
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