Analfabetismo no Brasil é 2,7 vezes maior entre quilombolas

19 de julho 2024 - 16h43

No Brasil, a taxa de analfabetismo é 2,7 vezes maior entre os quilombolas em comparação com a população total. É o que mostram dados do Censo Demográfico 2022 divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na manhã desta sexta-feira (19/8).

De um grupo de cerca de um milhão de pessoas quilombolas de 15 anos ou mais vivendo dentro e fora de territórios oficialmente delimitados, 81,01% são alfabetizadas e 18,99%, não alfabetizadas. A proporção de pessoas analfabetas é 2,7 vezes maior que a população em geral, que figura com taxa de 7%.

Ainda nesse aspecto, o IBGE destaca que estar dentro ou fora dos territórios quilombolas não garante diferença significativa. A taxa de analfabetismo de pessoas quilombolas acima de 15 anos e que residente dentro de territórios quilombolas oficialmente delimitados é de 19,75%. Fora dos territórios a porcentagem é menor, 18,88%.

A diferença no analfabetismo entre pessoas quilombolas e a população em geral é maior entre pessoas mais velhas, conforme mostra análise por faixa etária.

Até os 29 anos de idade, a diferença entre a taxa de alfabetização da população residente e da população quilombola é inferior a 3 pontos percentuais. O abismo é maior nas nas faixas seguintes, chegando a 33,68 pontos percentuais de diferença no grupo de 65 anos ou mais de idade.

O IBGE também apresenta recortes sobre alfabetização com base nas grandes regiões brasileiras. As taxas de alfabetização mais elevadas são encontradas no Sul (89,96%), Norte (87,45%) e Centro-Oeste (86,56%). As mais baixas no Nordeste (78,40%) e Sudeste (85,32%).

O estudo ainda destaca que em 81,58% dos municípios com quilombolas as taxas de analfabetismo de pessoas quilombolas estão acima da população residente.

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