Após casos de Covid, Anvisa pedirá cancelamento de cruzeiros e que navios atraquem
Um relatório com o objetivo de reforçar a necessidade de suspensão dos cruzeiros será enviado pela Anvisa ao Ministério da Saúde (MS) nesta segunda-feira (3).
Fontes ligadas à Anvisa afirmaram à CNN que o documento vai sugerir que a pasta ordene que os cruzeiros cancelem novas viagens no Brasil e fiquem atracados imediatamente, sem operação a bordo.
Para a agência, o plano traçado — que previa a liberação da atividade apenas com cenário epidemiológico favorável — ruiu com a chegada da variante Ômicron ao Brasil. As informações são da CNN.
As medidas estavam na portaria 661, de 8 de dezembro e foram decididas pelo comitê ministerial que toma decisões relativas à Covid-19.
O entendimento é que os municípios passaram a criar novas regras ou temer o desembarque de navios com casos positivos de coronavírus, ignorando o plano de ação governamental por medo de que as cidades tenham a variante Ômicron circulando.
Justamente por isso, navios estão ficando horas — e até mais de um dia — para desembarcar passageiros, no que tem sido visto pela Anvisa como um ‘bug’ dos protocolos.
E seu parecer ao MS, a agência sustentará também que até dia 25 de dezembro de 2021, mais de 100 mil viajantes fizeram passeios em cruzeiros pelo país sem qualquer alta vertiginosa dos casos de Covid-19 e que notícias recentes de 3 a 4 casos confirmados para 20 a 30 sugerem, justamente, a presença da variante Ômicron, que já está sendo investigada entre os que testaram positivo. Os resultados das amostras saem nos próximos dias.
De acordo com a Anvisa, o número de casos é suficiente para que seja classificado como cenário de transmissão sustentada, com surto de coronavírus a bordo.
Foi o que aconteceu com o Costa Diadema, que teve que seguir pra Santos apenas com atividades essenciais após 68 pessoas que estavam no navio testarem positivo para o coronavírus.
Porém, a Anvisa investiga se essa regra fora quebrada. A suspeita é que o navio tenha seguido mais de 24 horas com o funcionamento de atividades não essenciais, apesar da determinação sanitária.
Por isso eles devem acionar o Ministério Público Federal para apurar responsabilidades criminais. A empresa ainda pode ser multada e o navio pode até ser banido do Brasil para cruzeiros.
Justamente por isso, no ofício ao Ministério, a Anvisa reforçará que há indícios de que as regras combinadas com companhias de cruzeiros tenham sido desrespeitadas e há imagens que mostram a possível violação de protocolos por parte dos passageiros com convivência das tripulações das embarcações.
A recomendação de suspender a temporada foi feita no último dia 31, mas não há data prevista para que ela seja avaliada pelo Ministério da Saúde. Por isso, a intenção da agência é subir o tom nesta segunda (3), em novo comunicado.
Em documento anterior, a Anvisa destacou que “reitera a necessidade de suspensão provisória das atividades de navios de cruzeiro, até que sejam apurados os indícios de descumprimento dos protocolos sanitários por parte das empresas responsáveis pelas embarcações, que ocorra uma adequada articulação federativa envolvendo os municípios que receberão os navios e, sobretudo, a mudança do cenário epidemiológico”.
De acordo com a Anvisa, há atualmente cinco navios de cruzeiro operando em águas brasileiras.
À CNN, o Ministério da Saúde informou “que tomou conhecimento da recomendação da Anvisa e avaliará as medidas cabíveis em conjunto com os ministérios relacionados ao tema”.
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