Bolsonaro diz que jogou R$ 14 mil na Mega-Sena e nega repasse do Pix a parentes

07 de Agosto 2023 - 15h57

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) negou, nesta segunda-feira (07), que tenha usado parte dos R$ 17 milhões que arrecadou de eleitores via Pix para fazer repasses à ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e outros parentes. A arrecadação fez parte de uma campanha para ajudar o ex-presidente a quitar multas com o estado de São Paulo. A informação é do Metrópoles.

Bolsonaro esteve em São Paulo nesta segunda-feira para um almoço com o prefeito da capital, Ricardo Nunes (MDB), que deve receber seu apoio nas próximas eleições. Ele falou com jornalistas na sede da Prefeitura.

Segundo reportagem do jornal O Estado de S. Paulo, o Conselho de Controle da Atividade Financeira (Coaf) apontou que Bolsonaro mandou R$ 56 mil a Michele, R$ 77 mil à Leda Maria Marques Crivelatti, síndica do condomínio onde vive o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), um de seus filhos, R$ 12 mil ao tenente do Exército Osmar Crivelatti e R$ 14 mil à lotérica Jonatan e Felix, de Eldorado, interior de São Paulo.

O ex-presidente confirmou todos os pagamentos, mas disse que eles ocorreram no período de janeiro a junho, antes do início da vaquinha do Pix (que começou “em meados de junho”, segundo o Bolsonaro).

No caso de Michelle, Bolsonaro disse que repassou os valores porque seria ela quem administra suas contas. “Acho que passei pouco para ela, ela quem paga as contas de quase tudo. Qual é o problema que passei R$ 56 mil para ela em seis meses?” No Twitter, o ex-presidente disse ainda que o dinheiro foi usado “para despesas diversas dela, das 2 filhas e da casa”. “Recebo 2 aposentadorias e salário do PL”, escreveu.

No caso de Leda, Bolsonaro afirmou que o fato de ela morar no mesmo condomínio é uma coincidência, e que o repasse se deu porque ela é dona de um imóvel que ele aluga. “Ela que é a dona da casa que eu pago aluguel de mais ou menos R$ 13 mil mensais”.

Cota de ex-presidente
Já Crivelatti é um dos oito assessores que o Bolsonaro tem direito a manter como ex-presidente teria recebido os recursos para pagar despesas pessoais do ex-presidente. “Esse senhor não é parente meu, ele é um dos meus assessores, desde 01/janeiro, lotado na cota de ‘ex-presidente’. O mesmo, por vezes, honra despesas minhas e eu o reembolso via Pix”, postou no Twitter.

Sobre os R$ 14.260 enviados à lotérica de seu irmão, Ângelo Guido Bolsonaro, que fica no interior de São Paulo, o ex-presidente afirmou que foram usados para fazer apostas na Mega-Sena.

“Eu jogo na Mega-Sena. Eu estou em casa, ligo para ele (um sobrinho do ex-presidente). Se vocês pegarem esses valores, dos 17 Pix, um a um, são múltiplos de jogos de sete dezenas, por coincidência. Agora está em R$ 35 o jogo de sete números”, disse o ex-presidente. “Já fiz duas quadras”, complementou.

Pedras preciosas
O ex-presidente comentou também as suspeitas de que teria recebido pedras preciosas de um apoiador enquanto esteve em Teófilo Otoni (MG) em outubro de 2022 e que elas teriam sido usadas para financiar os ataques de 8 de janeiro.

Bolsonaro admitiu o recebimento das pedras, mas disse que elas não tinham valor significativo e que não sabia onde elas estão.

“A própria pessoa que me presenteou se apresentou publicamente, um advogado, e diz que as pedras valem R$ 400”, disse Bolsonaro.

Na semana passada, a CPI que apura os ataques de janeiro pediu que a Procuradoria-Geral da República (PRG) investigasse o caso, a partir de e-mails obtidos com o ex-ajudante de ordens do presidente Mauro Cid.

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