Bolsonaro ignora Doria e planeja reunião em cidades atingidas pelas enchentes

01 de Fevereiro 2022 - 13h00

Diante do acirramento do embate entre os governos federal e paulista sobre a viabilização de recursos para ajudar os locais atingidos pelas enchentes no estado de São Paulo, o presidente Jair Bolsonaro (PL) autorizou que seus auxiliares organizem uma reunião nesta terça-feira (1º) diretamente com prefeitos dos municípios com maior número de óbitos sem a participação de qualquer representante do alto escalão do estado de São Paulo.

Uma reunião do ministro do Desenvolvimento Regional, Rogerio Marinho, já está confirmada nesta terça-feira pela manhã e o presidente Jair Bolsonaro avaliava no final desta segunda-feira sua participação. O “Escav” presidencial, inclusive, sigla para “escalão avançado”, já decolou de Brasília para São Paulo para avaliar pontos de pouso na região de Francisco Morato, região metropolitana de São Paulo, para o caso de o presidente decidir participar do encontro.

A ideia é que ele desembarque no aeroporto de Congonhas, faça um sobrevoo pelo local e possa eventualmente participar do encontro. Essa viagem não estava prevista, mas o presidente autorizou que fosse planejada em meio a uma viagem no Rio de Janeiro após acompanhar a escalada do tensionamento entre São Paulo e Brasília.

Na reunião, o governo federal pretende dar uma orientação geral aos prefeitos de modo que eles possam apresentar diretamente a Brasília a demanda por recursos. Isso porque Brasília tem colocado dúvidas sobre o montante pedido pelo governo paulista: R$ 50 milhões para as enchentes e R$ 420 milhões para obras antienchentes no estado. Afirmam que os R$ 50 milhões são meras estimativas e o restante não tem relação direta com as enchentes dos últimos dias.

O secretário de Desenvolvimento Regional de São Paulo, Marco Vinholi, discorda. “Pedimos perante o impacto primeiro uma ajuda emergencial para as cidades de cerca de R$ 50 milhões e o restante para obras anti-enchente que já haviam sinalizado que ajudariam mas não ajudaram. Na primeira resposta do governo, fica claro que não vão ajudar.”

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