Bolsonaro viaja à Rússia nesta segunda (14) com discurso de “comércio e paz”

14 de Fevereiro 2022 - 11h43

O presidente Jair Bolsonaro (PL) viaja nesta segunda-feira (14) à Rússia para participar de um encontro com o presidente Vladimir Putin e discutir questões relativas ao agronegócio e outras relações comerciais.

O encontro chegou a ser questionado por ministros do governo por ocorrer em um momento sensível para a geopolítica da região: a Rússia é acusada por países-membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) de se organizar para atacar a Ucrânia; o país nega as intenções, mas exige dos Estados Unidos e aliados que limitem as atuações militares em conjunto com os ucranianos.

Bolsonaro deve embarcar para Moscou às 19 horas da segunda-feira (14) e chegar ao destino apenas na noite de terça-feira (15).

À CNN, Bolsonaro afirmou que a pauta do encontro que terá com Vladimir Putin vai ser diversificada e que o Brasil não tem problemas de conflitos.

“A nossa ida à Rússia também é por respeito, uma vez que fui convidado por Vladimir Putin ainda no ano passado. Nossa política externa sempre foi pela paz e respeito à soberania de outros países. O Brasil não tem problemas na América do Sul e sempre optou pelas vias pacíficas na solução de conflitos externos. Vou à Rússia por convite, comércio e paz”, afirmou.

O encontro, que acontecerá na quarta-feira (16), contará apenas com a presença dos dois chefes de estado e dos tradutores, segundo informado pelo analista Leandro Magalhães, da CNN. Em seguida, cada um deles fará um pronunciamento de até 15 minutos.

Ainda na quarta-feira, um almoço será oferecido ao presidente brasileiro na sede do governo russo, o Kremlin de Moscou. Após o evento, Jair Bolsonaro terá uma reunião com o presidente da Câmara baixa do parlamento.

Em seguida, é previsto que Bolsonaro participe de um evento com empresários locais para discutir a preocupação do agronegócio brasileiro sobre a política protecionista russa em torno de fertilizantes essenciais para as lavouras.

Tensão

A situação na Rússia vem sendo monitorada pelo Gabinete de Segurança Institucional (GSI) e pelo Ministério da Defesa.

Um ataque russo poderia começar a qualquer dia e provavelmente começaria com um ataque aéreo, enquanto um rápido avanço em Kiev também é possível, disse o conselheiro de segurança nacional da Casa Branca em entrevista coletiva.

Após o anúncio, diversos países iniciaram uma mobilização para a retirada de funcionários diplomáticos e cidadãos na Ucrânia após o anúncio. A embaixada brasileira em Kiev recomendou que seus cidadãos mantenham-se em alerta, mas reiterou que não há recomendação de que os brasileiros devem deixar a Ucrânia.

*Com informações de Leandro Magalhães e Thâmara Kaoru, da CNN

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