Casa Branca diz estar 'perdendo a paciência' com a Venezuela após resultado, amplamente contestado, reeleger Maduro
A Casa Branca disse nesta quarta-feira que sua paciência está “se esgotando” com a Venezuela depois que o presidente Nicolas Maduro foi declarado vencedor pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) no domingo, um resultado amplamente contestado pela oposição e por boa parte da comunidade internacional.
— Quero ressaltar que nossa paciência, e a da comunidade internacional, está se esgotando — disse o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, John Kirby, acrescentando: — Ela está se esgotando enquanto esperamos que as autoridades eleitorais venezuelanas digam a verdade e divulguem todos os dados detalhados dessa eleição para que o mundo inteiro possa ver os resultados.
Segundo informou O Globo, o resultado anunciado pelo CNE na madrugada de segunda-feira, com 80% das urnas apuradas, indicou a reeleição do chavista com mais de 5,1 milhões de votos (51,2%) contra 4,4 milhões (44,2%) obtidos pelo candidato opositor, Edmundo González Urrutia. Segundo a oposição, no entanto, seu candidato teria recebido 6 milhões contra apenas 2,7 milhões de votos de Maduro.
No mesmo dia do anúncio dos resultados, o secretário de Estado americano, Antony Blinken, expressou "séria preocupação de que os resultado eleitoral anunciado por Caracas não reflita a vontade de povo, exigindo, pouco antes, uma recontagem "junta e transparente" dos votos.
O órgão eleitoral não publicou os detalhes da contagem de votos, conforme exigido pela oposição e por boa parte da comunidade internacional e, apesar das contestações, proclamou Maduro como presidente. Na terça-feira, o Centro Carter afirmou que a eleição presidencial venezuelana não atendeu aos padrões de imparcialidade democrática. O centro atuou como um dos poucos observadores internacionais no país.
O resultado não foi bem recebido por milhares de venezuelanos, que protestaram em várias cidades do país desde que o CNE deu a vitória ao chavista. Os protestos deixaram pelo menos 12 pessoas mortas, segundo ONGs de direitos humanos, dezenas de feridos e cerca de 750 presos, incluindo líderes políticos acusados de terrorismo.
A declaração da Casa Branca ocorre no mesmo dia em que o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, pediu uma contagem transparente dos votos, e os chanceleres do G7, grupo reúne as democracias mais ricas do mundo, pedirem às autoridades venezuelanas que publiquem "resultados eleitorais detalhados com total transparência".
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