Relatório de 2020 do Dnit apontava fissuras em pilares e rachaduras em ponte que caiu

26 de Dezembro 2024 - 16h38

Um relatório concluído pelo Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) em 2020 apontava 19 tipos de danos estruturais na ponte que caiu no domingo (22), entre os estados do Tocantins e Maranhão. Três pessoas morreram e 14 estão desaparecidas. O relatório técnico reuniu informações e fotografias sobre o mau estado de conservação da ponte Juscelino Kubitschek, construída nos anos 1960.

A noticia é do ESTADÃO. Foram relatadas fissuras em 14 dos 16 pilares, nas paredes de travamento e nos blocos de fundação, além de falhas de concretagem e até inclinações observadas a olho nu nos reforços colocados nos pilares. O texto fala em “nível elevado de danificação da estrutura”, mas não menciona risco de colapso.

Relatório gerencial de infraestrutura rodoviária, que o Dnit mantém na internet, classifica como “ruim” o estado de conservação da ponte. Em uma graduação que vai de 1 a 5, em que o 5 é considerado excelente, a ponte JK aparece com 2.

Quatro anos depois da vistoria in loco, em 2024, o Dnit lançou um edital para contratar uma empresa para reabilitar a ponte ao valor de R$ 13,320 milhões. Não houve interessados.

“As condições atuais da Obra de Arte Especial (no jargão técnico uma ponte) merecem atenção, pois verifica-se vibrações excessivas e desgaste visual de suas estruturas e do seu pavimento”, afirma o documento do Dnit que convocou a licitação, em maio deste ano.

Nesta segunda-feira (23), procurado para comentar as informações sobre o estado de conservação da ponte, o Dnit informou que, entre 2021 e 2023, gastou R$ 3,5 milhões em um programa de manutenção de estruturas no Estado do Tocantins, que previam reparos em vigas, lajes e passeios. O órgão não detalhou, porém, o que foi feito na ponte JK.

A ponte ligava Aguiarnópolis (TO) a Estreito (MA). Agora, o Dnit informa que pretende gastar entre R$ 100 milhões e R$ 150 milhões para reconstruir uma ponte no local. Antes, terá que demolir o resto da estrutura da ponte que desabou, o que fará sob situação de emergência.

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