Chefe do PCC morto teria ligação com traficante ganhador de loteria

23 de Janeiro 2022 - 17h40

O chefe do Primeiro Comando da Capital (PCC) encontrado morto na manhã deste domingo (23) na zona leste de São Paulo é investigado por ter ligações com outra liderança morta recentemente. A Polícia Civil de São Paulo apura se Cláudio Marcos de Almeida, conhecido como Django, agia em parceria com Anselmo Fausta, executado em dezembro com dezenas de tiros na capital paulista. A informação foi divulgada pelo R7.

Fausta era um poderoso traficante internacional, dono de patrimônio de aproximadamente meio bilhão de reais. A Record TV mostrou que ele ganhou quase R$ 25 milhões na Mega-Sena a partir de cotas de um bolão. A compra das cotas dessa aposta está sob suspeita de ter sido utilizada para lavar dinheiro de atividades ilícitas.

O assassinato de Fausta desencadeou um momento de instabilidade na principal facção criminosa brasileira. Há poucos dias, dois corpos foram encontrados decapitados em Cidade Tiradentes, zona leste de São Paulo, e na cidade de Suzano, na região metropolitana. A polícia investiga a ligação dessas mortes com a execução de Fausta.

De acordo com o relato do boletim de ocorrência, os guardas estavam numa base próxima ao local quando foram acionados por moradores da região que informaram a presença de um corpo aparentemente sem vida embaixo do viaduto. O óbito foi constatado por uma equipe do Samu que passou pelo local pouco depois das 9h30.

Enquanto os GCMs registravam a ocorrência no 10º Distrito Policial de São Paulo (Penha), um homem que se identificou como irmão da vítima disse que o corpo poderia ser de Django. Ele foi levado ao local pelos guardas, e o homem efetivamente reconheceu o corpo. O caso foi encaminhado ao Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).

A RecordTV apurou que a ordem para a morte de Django pode ter saído de lideranças do PCC da favela de Paraisópolis, zona sul da capital paulista.

Cláudio Marcos de Almeida já foi apontado pelo Ministério Público de São Paulo (MP-SP) como um dos principais fornecedores de drogas do Estado de São Paulo. Ele chegou a controlar 50% do volume de cocaína traficada internacionalmente pela facção, segundo a promotoria.

Django foi preso em setembro de 2012 quando transportava seis quilos de maconha do litoral paulista para a cidade de São Paulo. O entorpecente foi encontrado escondido dentro da lataria do veículo. Ele teria oferecido R$ 100 mil aos policiais militares que fizeram a abordagem, valor que foi recusado. Ele foi absolvido em 2015.

Django foi um dos 175 denunciados pelo MP-SP em 2013 numa investigação que mapeou as lideranças da facção naquela época. O caso ainda tramita na Justiça.
 

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