Comissão do Senado aprova convite para ministro explicar atuação de pastores no MEC
A Comissão de Educação do Senado aprovou nesta quinta-feira (24) o convite para que o ministro da Educação, Milton Ribeiro, explique a atuação de pastores na liberação de recursos para prefeituras. O caso ganhou força nos últimos dias depois que foi revelado um áudio em que o chefe da pasta diz que prioriza pedidos de um pastor por solicitação do presidente da República, Jair Bolsonaro.
A comissão também aprovou a tomada de depoimento dos dois pastores citados no caso, Gilmar Silva dos Santos e Arilton Moura, além do presidente do FNDE (Fundo Nacional da Educação), Marcelo Lopes da Ponte.
Inicialmente, o ministro seria convocado para falar ao Senado, mas o requerimento foi transformado em convite. Na prática, a convocação tem caráter coercitivo e, por esse motivo, é mais desgastante politicamente.
O R7 mostrou na última quarta-feira (23) que Ribeiro se articulava a fim de evitar a convocação. O ministro ligou para o presidente da comissão, Marcelo Castro (MDB-PI), e para o presidente da Câmara, Artur Lira (PP-AL), e se colocou à disposição do Congresso para prestar esclarecimentos sobre o caso.
Além disso, na manhã desta quinta-feira, às 4h20, o MEC (Ministério da Educação) enviou um ofício para Castro comunicando a a disponibilidade do ministro para comparecer à comissão. "Senhor presidente, cumprimentando-o cordialmente, levando em consideração os últimos acontecimentos envolvendo assuntos relacionados a este ministério, coloco-me à disposição dessa Comissão para prestar os esclarecimentos que se fizerem necessários", diz o ofício.
No áudio revelado pela Folha de S.Paulo, Ribeiro afirma que as prioridades dele são “atender primeiro os municípios que mais precisam” e “atender a todos os que são amigos do pastor Gilmar”. "Porque foi um pedido especial que o presidente da República fez para mim sobre a questão de Gilmar. Apoio. Então o apoio que a gente pede não é segredo, isso pode ser [inaudível] é apoio sobre construção das igrejas", disse.
Em entrevista à TV Record, na última quarta-feira (23), Ribeiro disse que há sete meses já havia pedido uma investigação formal à CGU (Controladoria-Geral da União) sobre as suspeitas de tráfico de influência por parte de pastores que não possuem cargo no Executivo. Ribeiro afirmou que enviou à controladoria denúncias que chegaram a ela. "São denúncias de que eventualmente alguém cobraria para que pudesse ter acesso ao ministério ou coisas desse tipo", disse.
Deixe o seu comentário
O seu endereço de email não será publicado