Mulher Hulk é melhor obra recente da Marvel, justamente, por criticar a Marvel

15 de Outubro 2022 - 07h14

Se você achava que o limite do humor da Marvel/Disney estava nos filmes de Thor, prepara-se para chegar a um novo nível com a série da mulher Hulk. Além de não se levar a sério, a produção estralada por Tatiana Maslany (ela é ótima) e que chegou ao seu final nesta semana (agora, todos os episódios já estão disponíveis no Disney Plus), faz a chamada “tiração de onda” com o universo dos super-heróis, em especial, a Marvel. 

O curioso dessa situação é que é como se a série fosse ganhando confiança ao passar dos episódios. Inicialmente, a história começa com um simples narrador personagem, que não chega nem a ser uma completa inovação. Logo, há a quebra da 4ª parede, que é quando o personagem conversa com o telespectador. E a Mulher Hulk, realmente e finalmente, é um personagem que tem "algo a dizer", que vai ganhando nossa confiança ao evidenciar cada novo clichê usado pela produção para tentar nos prender ou para justificar as direções tomadas pela série. 

No final, essa quarta parede já parece nem existir e o último episódio é, basicamente, uma discussão de relação entra a Mulher Hulk e o universo de superproduções da Marvel. A advogada vira promotora e passa a cobrar respeito aos telespectadores que já estão cansados dos mesmos enredos. É praticamente um “Deadpool disnesco”, com menos sangue e piadas sobre sexo (ainda estão lá, porém, mais leves), mas com crítica até dura aos roteiristas e produtores, caricaturados como pessoas agarradas às fórmulas já cansadas ou que pensam de maneira robótica.  

Aí você pergunta: com exceção disso, que foi realmente inovador, a Mulher Hulk impressiona? Não, assim como nenhuma outra série recente da Marvel. Os efeitos especiais (em especial, a personagem principal) não são os melhores. As cenas de ação são bastantes simples. E as historinhas (literalmente “inhas”) têm arcos pequenos, que são resolvidos de maneira tão rápida e lógicas, que nem marcam. 

Por isso, se me perguntar se lembro exatamente o que acontece na série, onde ela começa e onde termina, vou ter dificuldades. Mas se a pergunta for “o que achei”, não resta dúvidas: foi marcante. É como se a Mulher Hulk tivesse dito para "Kevin" tudo aquilo que quem não se empolgou com as produções recentes, queria dizer.

Por outro lado, não sei se será a melhor das experiências para quem esperava a Mulher Hulk dos quadrinhos. Não sei se aqueles fãs que discutem dizendo “mas no HQ não é assim”, vai gostar. Ainda mais porque foi com a Mulher Hulk a Marvel inseriu dois novos personagens (um deles já beeeem aguardados) no universo – ou seja, a série terá que ser assistida pelos fãs fieis.

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