Entenda por que Carlo Ancelotti ignorou a Seleção e renovou com o Real Madrid

30 de Dezembro 2023 - 14h05

A renovação de Carlo Ancelotti com o Real Madrid até 2026 não surpreendeu pessoas que acompanharam nos últimos meses todo o processo envolvendo o treinador italiano e a CBF (Confederação Brasilera de Futebol).

Mesmo que Ednaldo Rodrigues não tivesse sido afastado da presidência da confederação por decisão judicial, em 7 de dezembro, Ancelotti estava mais propenso a continuar em Madri do que a se mudar para o Rio e assumir a Seleção Brasileira.

O vazamento da negociação, com o próprio Ednaldo citando o nome de Ancelotti como provável futuro técnico da Seleção, desagradou ao italiano. O fato é que houve interesse do treinador em comandar o Brasil, e valores de salário, tempo de contrato (até a Copa de 2026 com cláusula de renovação de 2030) e opções de moradia foram apresentados aos agentes do técnico.

Nunca houve, porém, nada assinado, o que seria impossível legalmente, já que Ancelotti tinha acordo com o Real Madrid até junho de 2024. A empolgação da CBF em associar o italiano à Seleção após o fracasso na Copa do Mundo do Catar acabou atrapalhando o processo.

Segundo informou a CNN, Ancelotti chegou a ouvir nomes que poderiam participar da transição até sua chegada. Um deles foi o do ex-volante Paulo Roberto Falcão, em junho, que atuou com o italiano na Roma nos anos 1980. Eles são amigos, mas o fato de Falcão estar empregado à época como diretor do Santos esfriou o assunto.

Relação chegou ao fim

Já no fim de julho, Ancelotti demonstrava estar menos receptivo com os contatos da CBF, segundo apurou a Itatiaia com pessoas que acompanharam o processo. Os vazamentos irritaram, principalmente quando o narrador Luiz Roberto, da TV Globo, anunciou em rede nacional, durante amistoso do Brasil contra Guiné, em junho, que a CBF dava como certa a contratação de Ancelotti.

Quando Ednaldo Rodrigues entendeu que seria impossível seguir com Ramon Menezes como interino da CBF, após a derrota de 4 a 2 para Senegal, também em junho, Ancelotti foi procurado para dar aval ao nome de Fernando Diniz, que seria o interino por um ano. Mas o italiano não quis participar dessa decisão.

Desde então os contatos ficaram mais raros. Internamente, a CBF já avaliava que, se Diniz tivesse bons resultados nos seis jogos que comandaria das Eliminatórias, entre setembro e novembro, ficaria fácil optar por sua continuidade caso a negociação com Ancelotti se encerrasse.

Mas a Seleção Brasileira não teve sucesso com Diniz: foram três derrotas, um empate e só duas vitórias com o treinador em 2023. Para finalizar, Ednaldo Rodrigues acabou retirado da presidência da CBF por decisão do Tribunal de Justiça do Rio. O presidente do STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva), José Perdiz de Jesus, foi indicado como interino para convocar eleição até 25 de janeiro de 2024.

Mesmo se Ednaldo estivesse no cargo, a renovação de Ancelotti com o Real provavelmente ocorreria. E o futuro de Diniz, com contrato até meados de 2024, e a possível contratação de outro nome ficarão para o próximo presidente ou para um Ednaldo Rodrigues enfraquecido, caso a Justiça o recoloque no cargo.

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