Especialista: “Cepas seguirão, mas serão leves para vacinados”

26 de Dezembro 2021 - 07h56

O crescimento no número de novos casos de Covid-19 na Europa vem chamando a atenção da população e da comunidade médica nos últimos dias. Na última segunda-feira (20), o total de novas contaminações na Itália subiu de 15.213 para 30.798 —essa é a primeira vez o número que chegou acima do patamar de 30 mil desde novembro do ano passado. Para especialistas, entretanto, a maior parte dos óbitos foi de pessoas que não se vacinaram.

Em entrevista à CNN, o cardiologista Ricardo Petraco, da Imperial College de Londres, afirmou que “cerca de 80% diagnosticados na Europa estão relacionados à nova variante [i], mas não que dizer que seja preocupante”. Ele considera que o mais importante não é o número de infectados, mas o total de mortes e hospitalizações.

De todo modo, Petraco diz que os dados preliminares sobre a Ômicron apontam que ela será menos agressiva do que o imaginado. “Existirão outras variantes, mas, em um contexto de pessoas vacinadas, o impacto deve ser menor”, acredita.

Para ele, os governos devem ser responsáveis e precisam colocar pressões sociais e legais para a população se imunizar.

Na opinião do especialista, o alto número de pessoas já vacinadas no Brasil é um indicador positivo. Mesmo assim, ele alerta que as medidas de proteção não devem ser relaxadas. “É preciso ter sensatez”, pondera. Ele explica que a transmissão ocorre mais facilmente em ambientes fechados.

Dados do Ministério da Saúde mostram que, ao todo, mais de 75% da população brasileira já recebeu a primeira dose, e mais de 65,5% das pessoas estão com o esquema vacinal completo —ou seja, tomaram duas doses ou a vacina de dose única.

“Acredito que o governo europeu foi categórico quando liberou o direito da população ficar sem máscara em espaços abertos. Talvez isso possa ter ajudado na transmissão da Ômicron”, finaliza.

Casos na Europa

O Reino Unido reportou 90 mil novos casos de coronavírus na terça-feira (21), e o total de infectados nos sete dias até 21 de dezembro foi 63% maior do que no período da semana anterior.

A Ômicron já é a variante dominante na Dinamarca, disse o ministro da Saúde do país, Magnus Heunicke, na terça-feira, citando dados do Statens Serum Institut (SSI, na sigla em dinamarquês), parte do Ministério da Saúde local.

Em Paris, na França, a variante do Ômicron representa um terço dos novos casos detectados e 10% de todas as infecções no país, afirmou o porta-voz do governo Gabriel Attal a jornalistas.

*Com Reuters

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