Extrema-direita vem corroendo o sistema por dentro, diz Moraes

14 de Dezembro 2024 - 08h04

O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes disse na 5ª feira (12.dez.2024) que o populismo extremista, em especial o que classificou como “extrema-direita”, está “corroendo o sistema por dentro”. A informação é do Poder 360.

Foto: Sérgio Lima/Poder360

“Um populismo extremista, principalmente de extrema-direita, que aprendeu com os erros estratégicos do regime nazista e fascista e, ao invés de atacar o sistema, vem corroendo o sistema por dentro. Ao invés de dizer que a democracia é ruim, diz que os instrumentos estão sendo fraudados. Em vez de dizer que a liberdade de imprensa é ruim, diz que defende, mas que a mídia está deturpando a liberdade de expressão”, afirmou durante a 6ª edição do evento “STF em Ação”.

Um grande potencializador desses discursos, de acordo o ministro do Supremo, foram as redes sociais. Por meio dessas plataformas, grupos extremistas teriam se encontrado em “bolhas” para disseminar ódio e atacar os instrumentos democráticos.

“A pessoa que tinha vergonha de fazer piada racista passou a achar nas redes sociais uma bolha social racista, e passou a ter orgulho. São covardes na vida real e corajosos nas redes. O que possibilitou isso? Essas questões ligadas às falhas da democracia, principalmente a questão da distribuição de renda”, disse.

CONCENTRAÇÃO DE RENDA

Moraes também afirmou que a concentração de renda excessiva é uma das grandes falhas do regime político democrático. Isso porque, segundo ele, a inclusão das minorias nos espaços não foi seguida de uma distribuição igualitária de renda, o que, em conjunto com uma crise econômica em vários setores, e potencializado pelas redes, teria incentivado ataques à democracia. 

“A democracia ao incluir todos, não garantiu emprego para todos. As incluir as mulheres, para atenuar desigualdades no mercado de trabalho e inserir estrangeiros, acabou criando uma competição maior e uma diminuição salarial para todos. Basta ver que há uma classe média em torno dos seus 50 anos que passou a adotar uma postura misógina, postura racista ou contra estrangeiros e pessoas de outros Estados, alegando estarem roubando seus empregos e suas rendas”, disse.

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