Facebook e TikTok aprovam anúncios com desinformação sobre eleições nos EUA
O Facebook e o TikTok falharam em bloquear anúncios com desinformação “flagrante” sobre quando e como votar nas eleições de meio de mandato dos Estados Unidos, bem como sobre a integridade do processo de votação, de acordo com um novo relatório da agência de direitos humanos Global Witness e da Cybersecurity for Democracy Team (C4D), da Universidade de Nova York.
Em um experimento, os pesquisadores enviaram 20 anúncios com declarações imprecisas ao Facebook, TikTok e YouTube. Os anúncios foram direcionados para estados como Arizona e Geórgia.
Enquanto o YouTube foi capaz de detectar e rejeitar todos os envios de testes e suspender o canal usado para publicá-los, as outras duas plataformas se saíram visivelmente piores, de acordo com o relatório.
O TikTok aprovou 90% dos anúncios que continham informações flagrantemente falsas ou enganosas, descobriram os pesquisadores. Enquanto isso, o Facebook aprovou um “número significativo”, de acordo com o relatório, embora visivelmente menor que o TikTok.
Os anúncios, enviados em inglês e espanhol, incluíam informações afirmando falsamente que os dias de votação seriam estendidos e que as contas de mídia social poderiam funcionar como meio de verificação de eleitores.
Os anúncios também continham alegações destinadas a desencorajar a participação dos eleitores, como alegações de que os resultados das eleições poderiam ser hackeados ou que foi pré-decidido.
Os pesquisadores retiraram os anúncios após passarem pelo processo de aprovação, para que os anúncios contendo informações erradas não fossem exibidos aos usuários.
“O desempenho do YouTube em nosso experimento demonstra que detectar desinformação eleitoral prejudicial não é impossível”, disse Laura Edelson, codiretora da equipe C4D da NYU, em uma nota que acompanha o relatório.
“Mas todas as plataformas que estudamos deveriam ter obtido nota ‘A’ nesta tarefa. Pedimos ao Facebook e ao TikTok que façam melhor: parem as informações ruins sobre eleições antes que cheguem aos eleitores”.
Em resposta ao relatório, um porta-voz da Meta, controladora do Facebook, disse que os testes “se basearam em uma amostra muito pequena de anúncios e não são representativos, dado o número de anúncios políticos que analisamos diariamente em todo o mundo”.
O porta-voz acrescentou: “Nosso processo de revisão de anúncios tem várias camadas de análise e detecção, antes e depois de um anúncio ser publicado”.
Um porta-voz do TikTok disse que a plataforma “é um lugar para conteúdo autêntico e divertido, e é por isso que proibimos e removemos desinformação eleitoral e publicidade política paga de nossa plataforma. Valorizamos o retorno analítico de ONGs, acadêmicos e outros especialistas que nos ajudam a fortalecer continuamente nossos processos e políticas”.
O Google disse que “desenvolveu extensas medidas para combater a desinformação em nossas plataformas, incluindo falsas alegações sobre eleições e procedimentos de votação”.
A empresa acrescentou: “Sabemos o quanto é importante proteger nossos usuários desse tipo de abuso – principalmente antes de grandes eleições como as dos Estados Unidos e do Brasil – e continuamos investindo e melhorando nossos sistemas de fiscalização para melhor detectar e remover estes conteúdos”.
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