Fernando Diniz na seleção brasileira pode recuperar conexão com torcedor
Por Marcus Arboés
Após a imprensa espanhola repercutir o nome do treinador Fernando Diniz como cotado pela CBF para substituir Tite após a Copa do Mundo, a internet repercutiu bastante a discussão sobre o seu trabalho
Foto: Marcelo Gonçalves / Fluminense
Apesar de que, em nota oficial, a CBF já tenha negado qualquer contato e de que, provavelmente, Fernando DIniz irá renovar com o Fluminense, a discussão sobre o seu trabalho voltou a tona.
Fernando Diniz gera uma polaridade na comunidade do futebol. Enquanto o estilo de jogo dos seus times é encantador e brilha os olhos de muitos, os resultados e os problemas defensivos potencializam as críticas.
O mais marcante foi o trajeto com o São Paulo, onde o time perdeu um título que parecia provável. Porém, não é justo discutir a qualidade de um treinador só através de números e títulos.
Já se perguntou o que faz tanta gente gostar de ver os times do Diniz jogar?
É o estilo de jogo que mais expressa a nossa cultura. Os times de Fernando Diniz são os que jogam mais parecidos com as clássicas seleções brasileiras.
Desde sempre, o futebol brasileiro foi marcado pela liberdade, o drible, o improviso e um foco maior nas individualidades. Só que com a modernização do futebol europeu, surgiu a narrativa de que o futebol brasileiro era ultrapassado. De fato, precisava ter evoluído, mas há margem para isso ainda.
Culturalmente, é normal que boa parte dos brasileiros se identifique muito mais com esse estilo de jogo mais livre, criativo, com aproximações e tabelas, com um domínio técnico, e não físico, sobre o adversário. Afinal, é a expressão mais clara da cultura do Brasil de maneira geral.
Isso que falta, inclusive, à seleção brasileira de hoje. Não se brilha tanto os olhos do torcedor canarinho. Qual foi a última vez em que você gostou mesmo de ver os jogos do Brasil?
Para muitos, foi de 2016 para 2017, quando Tite praticava um jogo mais livre taticamente na seleção brasileira. Depois se adaptou aos modelos europeus já perto da Copa de 2018 e assim, curiosamente, se foi parte da paixão da torcida.
Não falo aqui do que é melhor ou pior, afinal, a seleção brasileira ainda entrega em resultados. Falo de conexão com o torcedor, com a identidade brasileira.
Se Diniz teria sucesso em resultado, não sei, há muito o que melhorar nos seus times defensivamente.
Talvez Fernando Diniz ou Dorival Junior sejam treinadores brasileiros que possam oferecer isso.
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