Grávida assassinada por ex-marido sonhava em ser policial e gostava de ajudar as pessoas
Tamires Alessandra Viana, morta aos 29 anos, nesta semana, no interior de São Paulo, sonhava em se tornar policial militar e era considerada por amigos e parentes uma pessoa que gostava de ajudar os demais. Essa é a imagem que eles levarão da jovem, que acabou assassinada a tiros na frente do filho, de apenas 6 anos, ao voltar para casa, em Campo Limpo Paulista. Tamires estava grávida de três meses e teria sido espancada e morta pelo ex-marido, Wilson Benedicto Júnior, de 41 anos.
A esteticista Suellen Tavares, amiga de longa data da vítima, revelou que Tamires tinha marcas de ferimentos no rosto. Emocionada, a mulher contou detalhes sobre como foi o velório da amiga. "Se eu já estou arrasada, não consigo mensurar ou descrever a dor do pai e da irmã dela. Estão destruídos", afirmou.
Suellen e Tamires eram amigas havia dez anos. Suellen afirma que Tamires não merecia uma morte cruel. Conta que a amiga era esforçada, prestativa, sempre estava disposta a ajudar e, se fosse preciso, deixava a dor dela de lado para estender a mão ao próximo. Além disso, conforme relata Suellen, a grávida era uma mãe, amiga e profissional excelente. "Se ela visse um morador em situação de rua procurando comida no lixo, ela passava em alguma padaria próxima, comprava algo e levava para ele comer", relembra a esteticista.
A vítima, que se identificava como policial militar, foi casada por dez anos com o suspeito do crime, Wilson Benedicto Júnior, e tentava se separar dele havia dois anos, após ter sido traída e vítima de agressão.Tamires foi até a casa do ex na segunda-feira (25) para pegar o filho, momento em que teria sido espancada e, posteriormente, baleada. O menino presenciou o assassinato da mãe. Wilson fugiu, mas foi preso em Minas Gerais.
Apesar da morte de Tamires, segundo a amiga, a criança, que está sob tutela da tia e irmã de Tamires, ainda acredita que a mãe esteja viva. "O filho fica chamando por ela e pedindo para a tia ligar para a mãe, fala que ela está demorando muito para voltar", conta.
A esteticista ainda revelou que, apesar de a amiga ser muito reservada, dava para perceber que o marido dela era "possessivo". "Às vezes ela vinha aqui em casa e dizia que não podia ficar muito tempo e que tinha que voltar antes de ele chegar. Quando ela ia para a igreja, ele sempre passava lá para ver se ela realmente estava vendo o culto", afirmou.
Tamires morreu antes de concretizar seu sonho de ser policial militar. Apesar de ela ter postado fotos em que usava farda, a Polícia Militar do Estado de São Paulo e a SSP (Secretaria de Segurança Pública) informaram que a vítima se candidatou, por duas vezes, para entrar na corporação em 2021, mas não terminou os processos seletivos. Tamires, então, iniciou os estudos de medicina veterinária na Faculdade Campo Limpo Paulista. Segundo a amiga, ela vivia fazendo "bicos" para conseguir pagar a faculdade, mas o seu verdadeiro sonho era ser policial. "Até quando vai ser isso? Se não mudar essas leis, quantas mulheres vão morrer só porque homens não aceitam o fim do relacionamento?", questionou a esteticista.
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